Congresso da JPT decide Marcha a Brasília em 15 de agosto

Com 1200 delegados juventude petista adota resoluções por unanimidade

Ultrapassando as expectativas, mais de 1200 jovens de todo o país participaram do congresso nacional da Juventude do PT (JPT) em Curitiba (PR).

Marcado pela unidade ao redor de Lula Livre, Lula presidente, o congresso reafirmou a candidatura Lula ligada à convocação de uma Constituinte, a realização de uma grande marcha da juventude à Brasília em 15 de agosto, dia da inscrição de Lula, e recompôs a direção da JPT, elegendo uma executiva de 22 membros e o militante carioca Ronald “Sorriso”, da corrente Construindo um Novo Brasil (CNB), como secretário nacional.

Congresso de recomposição
O congresso era uma necessidade diante da situação. Com uma direção oriunda do 3° congresso marcado pela divisão e eleita antes do golpe, a JPT tinha dificuldades de responder à situação.
O ritmo da direção era mais marcado pela ação institucional e de gabinetes do que voltada a organizar a luta da juventude, em particular a organizar os jovens que se aproximam do PT.
Desde 2014, na eleição de Dilma, e nos anos seguintes, na luta contra o golpe, milhares de jovens passaram a enxergar no perseguido PT o partido da resistência. As manifestações contra o golpe lideradas pelo PT foram marcadamente jovens. Em 2017 milhares de jovens afluíram às Caravanas de Lula e, literalmente, desde então dezenas se filiam diariamente ao PT.
Apesar da baixa mobilização nas etapas municipais e estaduais, a etapa nacional surpreendeu. Planejada para cerca de 900 militantes, recebeu quase 1200 jovens de todo o país, confirmando as expectativas da Juventude Revolução (JR), que desde meados do ano passado lançou campanha de filiação ao PT e decidiu participar deste congresso para ajudar a organizar esses jovens.

Lula com Constituinte
No congresso a Juventude Revolução marcou presença ao defender Lula Livre, Lula presidente com a convocação de uma Assembleia Constituinte para revogar todas as medidas do golpe e abrir caminho para as demandas da juventude e dos trabalhadores.
Um ponto essencial para abrir a perspectiva de um governo Lula que possa fazer as reformas de fundo necessárias, sem depender do balcão de negócios que é o atual congresso nacional e enfrentando o judiciário, bastião da classe dominante no país.
Para Sarah Lindalva, membro do conselho nacional da JR e eleita para a executiva da JPT, é justamente para aprofundar o debate sobre esta e outras lutas que a JR prepara agora o seu 15° Encontro Nacional (ver abaixo): “Precisamos nos organizar junto com esses jovens petistas de todo país que mostraram a disposição durante o congresso da JPT em lutar pelo nosso futuro. Hoje, esse combate se concentra na liberdade e eleição do Lula para convocar uma constituinte”.

Hora da ação
O desafio agora é colocar as resoluções em prática. Além das posições já mencionadas e da reafirmação de uma política de alianças de acordo com a resolução do 6° Congresso (anti-imperialista e radicalmente democrática), o congresso adotou outras medidas como a organização de pelo menos uma panfletagem por mês em cada dia 13 em escolas, faculdades e bairros. Aprovou uma campanha permanente pela liberdade de Lula, Zé Dirceu, Vaccari e Delubio e decidiu lançar uma campanha de filiação e organizar os jovens recém filiados ao partido. Por proposta conjunta da JCNB e da JR o congresso decidiu por unanimidade uma marcha a Brasília no dia 15 de agosto, quando do registro da candidatura Lula. Para Ronald Sorriso, eleito secretário nacional: “O congresso foi realmente extraordinário. A pauta ‘Lula livre’ não é única pelo significado que a sua liberdade e garantia de candidatura simbolizam. Por isso no dia 15 de agosto, a juventude Petista, junto com movimentos sociais diversos vai marchar ao TSE para entregar o registro da candidatura. Lula livre é resgatar a justiça, candidato é resgatar a democracia e presidente é resgatar o tempo em que o povo tinha direito de realizar seus sonhos”.

Luã Cupolillo

Nota dissonante
A Juventude da Articulação de Esquerda (JAE) ficou marcada por uma atitude divisionista. Na plenária final, explorando um episódio de assedio que ocorreu e foi devidamente tratado, forçaram a mão para a leitura de uma carta que a própria companheira assediada não queria que fosse lida. Aos gritos de machistas tumultuaram por alguns minutos o Congresso, num exemplo do feminismo divisionista. Só pararam a gritaria com a leitura de uma carta de militantes da JAE, que não citou o fato, mas constrangeu. Depois deste episódio, a defesa da chapa unitária para a Executiva da JPT, a qual a JAE participou, foi uma saraivada de denúncias ao Congresso (eram contra sua realização). Sem mencionar divergência com as resoluções adotadas, ficaram numa marcação de posição sectária que não contribuiu para os desafios que a juventude petista está chamada a responder.

Texto pulicado originalmente na edição 829 do Jornal O Trabalho.

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