EM DEFESA DA AUTONOMIA DA UFMT: INTERVENÇÃO NÃO É ELEIÇÃO!

Após a derrota da Medida Provisória de nº979 que previa anular a consulta à comunidade acadêmica, a formação da lista tríplice e retirava o direito de escolha do reitor nas universidades durante o período de pandemia, retornou para as instâncias competentes internas das universidades a decisão de como realizar o processo eleitoral para reitor.

A Universidade Federal de Mato Grosso – UFMT, que há 38 anos realiza processos eleitorais com voto universal e paritário, nesse momento da história tem sua autonomia ameaçada. Pois, no último dia 17/06, em uma reunião conjunta com membros do conselho universitário, as representações de docentes, técnicos e discentes foram atropeladas com a formação do colégio eleitoral e, consequentemente, do que os demais presentes chamaram de colégio eleitoral.

A constituição do fato não apenas desconsiderou um debate profundo sobre o processo eleitoral para a universidade, como também a pandemia pela qual atravessamos. Decidindo, ainda, atribuir ao voto docente um peso de 70% e aos técnicos e discentes 15% cada, em um total desrespeito à autonomia e à comunidade universitária. Desta maneira, rompendo com uma conquista histórica durante (e contra) a ditadura militar no Brasil que era refletida nas eleições para escolha do reitor na UFMT.

O falso processo eleitoral democrático que segue sendo tocado possui agravantes na sua forma, visto que a votação mediante o período vigente será realizado online (Plataforma virtual utilizado pela universidade), excluindo parte da comunidade interna que não possui acesso a internet. Na verdade o processo eleitoral desde a MP 979 demonstra sua característica autoritária e antidemocrática, que seguiu mesmo após a medida sendo revogada. Há um interesse na UFMT – assim como há em todas outras universidades públicas – de que haja um interventor alinhado com a política do governo Bolsonaro, assim sendo, traçando o caminho das privatizações e da destruição dos serviços públicos.

É importante a decisão da ADUFMAT (professores), SINTUF (técnicos-administrativos) e DCE (estudantes) em não legitimar esse processo eleitoral, não reconhecê-lo, pois não respeita as condições do período de pandemia, não é uma eleição construída com debate de planos para expansão da universidade pública, pela garantia dos orçamentos da universidade, e não é uma eleição que respeita a sua autonomia. O período pós pandemia já será tempos difíceis que as universidades irão prosseguir, portanto é necessário defendermos a UFMT e dizer não a intervenção! 

É preciso fazer mais! A luta contra as medidas antidemocráticas que vêm sendo aprovadas nas universidades públicas – na UFMT recentemente aprovou-se a flexibilização dos currículos presenciais para a modalidade de ensino remoto – é fruto da política do caos do governo federal, logo a defesa de um processo eleitoral democrático passa pela luta de pôr um fim ao governo Bolsonaro.

Para isso, é urgente a necessidade de retomar as mobilizações de estudantes, técnicos e professores, muitos estão à margem desse debate. Nesses últimos meses o Breque dos Apps, os atos das torcidas organizadas e dos enfermeiros mostraram que é possível e preciso retomar as lutas pelos direitos com segurança e restrições sanitárias. Defendemos que toda comunidade universitária, em específico, estudantes através dos seus Centros Acadêmicos, Coletivos Negros, dentre outros, sejam chamados a construir essas lutas.

A Juventude Revolução do PT soma-se a luta em defesa da autonomia das universidades públicas,  pelo direito de elegermos nosso reitor e, tão logo pelo fim do governo autoritário de Bolsonaro! Chamamos as e os estudantes para essa luta!


Núcleo da UFMT de Cuiabá

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