Estudantes do Gama (DF) vão às ruas cobrar suas reivindicações!

Na última sexta-feira, dia 26 de Outubro, ocorreu um Ato convocado pela UMES, UBES e Grêmios Estudantis do Gama-DF. A manifestação contou com a presença de cerca de 500 estudantes que ocuparam as ruas da cidade pela segunda vez este ano. A Regional de Ensino da cidade percebeu que não esperaremos sentados frente ao descaso do governo com as reivindicações dos estudantes e a precariedade das nossas escolas.

Vários problemas arruínam o ensino público. As escolas enfrentam problemas com a falta de estrutura para atender a demanda de alunos, há falta de cobertura nas quadras, o que impossibilita a realização de aulas de educação física quase sempre, laboratórios inativos, cobrança de taxas em escola pública, entre outros problemas que esfacelam a educação. Não toleramos que mais de 40% do orçamento público de 2012 sirva para pagar divida pública, dinheiro este que vai parar nas mãos de banqueiros e que deve ser investido nas áreas sociais.

Na Administração da cidade exigimos a reativação do Centro Cultural Cine Itapuã que foi o maior pólo cultural do DF e hoje permanece jogado as traças, mesmo no Governo Agnelo (PT). Precisamos de acesso a cultura na nossa cidade para dar fim aos problemas crescentes envolvendo o tráfico de drogas. O Ricardo, Coordenador da JR no DF fez uma fala durante o ato para falar da campanha que desenvolvemos contra a legalização das drogas e puxou palavras-de-ordem que contagiaram os estudantes presentes.

Outro problema que abordamos no ato é a questão da falta de acesso ao ensino público superior. Os estudantes enfrentam um funil de acesso para ingressar no Ensino Superior e a maioria permanece fora das Universidades. A perspectiva que possuem é a de contratação em empregos precários como de telemarketing. Na passeata exigimos vagas para todos nas Universidades Públicas, dinheiro público para iniciativa pública e construção da Universidade Distrital com campi em todas as cidades satélites.

Desde o ano passado os estudantes mostraram que o momento era de radicalização ao deflagrem greves estudantis e paralizações em várias escolas. Num percurso da manifestação ocupamos inteiramente a avenida, e na entrada da CRE (Coordenação Regional de Ensino) pressionamos na entrada até que a comissão de estudantes fosse recebida pelo Coordenador da Regional, José Antônio que se recusava a nos atender.

Durante a negociação, que impusemos pela nossa mobilização, cobramos a nossa pauta de reivindicações, mas o Coordenador da regional se mostrou limitado e não estabeleceu prazos para que as reivindicações fossem atendidas, mais uma vez tentando enrolar os estudantes. Um aspecto importante foi que o próprio Coordenador reconheceu que a cobrança de taxas nas escolas é expressamente proibida por lei e as Direções das escolas agem de forma intransigente quanto a isso. Sobre a proibição de entrada no segundo horário ele afirmou que as escolas possuem autonomia para formularem seus próprios critérios. Mas mesmo assim em todas as escolas parece que na prática a lei não é levada a sério. Seguiremos travando a luta nas escolas públicas pelo fim da cobrança de qualquer taxa.

Depois do ato seguimos a luta para exigir do Governador Agnelo que cumpra suas promessas de campanha começando pela cobertura das quadras de esporte de todas as escolas do DF até o fim de seu mandato, afinal já se passaram mais de 2 anos e desde o governo anterior escutamos que “o terreno das escolas ainda não foi regularizado para iniciar a obra”. Sabemos que quando o governo prioriza consegue vencer os obstáculos ao invés de repetir a velha desculpa de sempre. Partiremos para a Secretaria de Educação e impulsionaremos a luta localizada por escola com passagens e mobilizações em cada sala de aula para que a cobrança de taxa seja extinta.Por vagas para todos nas Universidades Públicas e criação da Universidade Distrital emais verbas para a Educação já!

Mais uma vez os militantes da Juventude Revolução-IRJ foram determinantes ao impulsionarem em cada escola a luta dos estudantes do Gama. E continuaremos lutando ao lado da massa estudantil pelos nossos direitos.

Desmilitarização da policia, abaixo a repressão!

Quando o Coordenador da Regional de Ensino se negou a receber os estudantes, acabou causando revolta nos estudantes que aumentaram palavras-de-ordem no portão da CRE. A polícia militar acabou agredindo alguns estudantes. Fazendo uso da violência e para tentar nos afastar da CRE. Chegaram rapidamente várias viaturas com policiais empunhando armas letais para tentar intimidar a juventude que lutava para defender seus direitos. Sabemos que a polícia militar na hora que a população precisa demora a aparecer, mas em uma manifestação, em questões de minutos nove camburões aparecem e isso demonstra qual o verdadeiro papel da polícia nessa estrutura militarizada. A polícia militarizada é uma das heranças malditas do regime militar que reprimiu e perseguiu jovens, estudantes e trabalhadores durante duas décadas.

Por isso se faz necessária a luta pela desmilitarização da policia, que continua praticando o genocídio da juventude nas periferias e reprimindo os movimentos sociais. Mas deixando livres os bandidos de colarinho branco, a burguesia que de fato é quem mais rouba jovens e trabalhadores diariamente.

 Victor Caíque Silva, militante da JR do DF