Março Vermelho: Por direitos, por futuro!

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Todo ano a Juventude Revolução se propõe a construir o Março Vermelho, uma série de atividades dedicadas a relembrar a luta das mulheres e construir sua luta nos dias atuais.

Se nesse tempo as mulheres trabalhadoras travaram grandes batalhas hoje enfrentamos batalhas diferentes mas igualmente grandes.

O sistema capitalista de hoje, na fase dos monopólios, o imperialismo, não consegue atender as necessidades da população num geral e consegue atender ainda menos as demandas específicas das mulheres. Nossa luta está inteiramente ligada à luta pelo fim da exploração de classe porque são as mulheres, sobretudo negras, que predominam nos serviços mais precarizados, por exemplo, com as relações de trabalho mais instáveis e desprotegidas.

No Brasil, com a reforma trabalhista, da previdência e as medidas de Michel Temer, retrocedemos em diversos direitos arduamente conquistados.

As mulheres ocupam cargos mais baixos, com menores salários e tem as maiores taxas de desemprego. Essa situação se agrava com a reforma trabalhista já que as mulheres são também maioria absoluta em serviços de manutenção e limpeza. Por um lado a reforma legaliza a terceirização onde amplia substancialmente a oferta dessas vagas de emprego já tão precarizadas. Por outro lado, a flexibilização da jornada de trabalho pode acabar com alguns direitos já consolidados pela PEC das domésticas, por exemplo. Além disso, essa reforma atinge as mulheres também ao dificultar que o trabalhador recorra na justiça por danos morais, já que são as mulheres quem mais sofrem com assédio sexual, verbal e moral, sem contar os casos em que são demitidas só para que não entre em licença maternidade. Ao aprovar tais medidas, o governo golpista de Temer devolve e mantém milhares de mulheres a condições inseguras de trabalho. Por isso precisamos nos organizar e lutar contra essas reformas!

Junto à reforma trabalhista, também tramita no congresso, sob a grande farsa de um rombo, a reforma da previdência.

Antes dela, as mulheres se aposentavam mais cedo que os homens, isso porque desempenhamos jornadas duplas e até triplas de trabalho.. Somos a maioria esmagadora em trabalhos não remunerados como domésticos e de cuidados à crianças e idosos. É verdade que uma parcela das mulheres já se libertou das tarefas que dizem respeito à casa e a cuidados (contratam mulheres mais pobres como empregadas e babás, por exemplo) mas para as mulheres trabalhadoras, a divisão dessas tarefas ainda é muito desigual.

Se na esfera do trabalho encontramos todo esse fervor e ânsia para destruir nossos direitos, quando se fala de saúde da mulher não é muito diferente.

A recém formulada PEC 181, é um grande freio nas raras conquistas pela autonomia reprodutiva da mulher. Ao considerar que o direito à vida cabe também ao óvulo fecundado, a PEC dificulta e até inviabiliza o acesso ao aborto legal. Nas situações que já são previstas por lei, a mulher pode ser forçada a ter a um filho anencéfalo, por exemplo, ou fruto de um estupro. Lutamos não só pela ampliação do acesso ao aborto legal mas para além disso, queremos a descriminalização total do aborto. Entretanto, entendemos que o mesmo congresso que aprovou o impeachment de Dilma, a EC 96 (antiga PEC 55), a reforma do ensino médio, que criou, redigiu e aprovou todas as leis que são uma afronta aos direitos das mulheres, é o congresso que vai tirar cada vez mais as conquistas que tivemos. Não serão essas instituições apodrecidas que não podemos confiar que farão as reformas que realmente precisamos e queremos. Para isso é necessário fazer uma constituinte que revogue todas essas medidas, para renovar o judiciário que condena vítimas, para desmilitarizar a PM que mais causa insegurança do que nos protege e renovar as instituições para conseguirmos avançar cada vez mais na luta pelos direitos das mulheres. Para varrer as instituições apodrecidas como aprovado no congresso da UNE, UCE, UBES e PT, a classe escolheu seu candidato, que é o Lula. A quem queremos eleger e pressionar até o fim para que aprove as leis que precisamos.

Thainá, militante da JR-SC

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