O povo indígena está cansado, basta de governo genocida!

Em meio à crise do sistema capitalista, agravada pelo coronavírus, governos do mundo todo se aproveitam para usar a pandemia como desculpa para atacar e retirar direitos da população. O Brasil não foge à regra e as populações que já são vulneráveis ficam, ainda mais, à mercê da política aplicada pelo governo genocida de Bolsonaro.

É o caso dos povos originários do Brasil inteiro. O governo de Jair Bolsonaro tem buscado fazer o possível para destruir estes em nome desse sistema podre tentando todos os dias apagar da história e da sociedade aqueles povos que já ocupavam esse território antes dos invasores chegarem.

Recentemente, tem se visto o aumento de ataques brutais à territórios demarcados. Um exemplo é o ataque contra as terras do povo Yanomami, na região do estado do Amazonas, que teve suas áreas atingidas por bombas de gás lacrimogêneo e foram atacadas, fazendo com que o povo Yanomami tivesse que se refugiar no mato até o ataque acabar. Outro exemplo é o do povo Munduruku, do estado do Pará, onde liderança indígena teve sua casa incendiada pelos garimpeiros no dia 27 de maio desse ano.

Os ataques não são de hoje. Em 2020, o ano do início da pandemia, o garimpo ilegal avançou 30% na terra Yanomami. O rio Uraricoera, Roraíma, sozinho, concentra 52% de todo o dano causado pela atividade ilegal. A invasão garimpeira causa a contaminação de rios, desmatamento, degradação da floresta, entre outros. Isso tudo  reflete não só no meio-ambiente, mas também afeta diretamente a saúde da população indígena, principalmente crianças, que enfrentam a desnutrição por conta do escasseamento dos alimentos.

Na tarde de 6 de maio, a comunidade Mbyá-Guarani Pindó Poty, localizada no bairro Lami, em Porto Alegre (RS), foi invadida com um trator e uma área de terra onde a comunidade havia realizado o plantio de mudas de árvores frutíferas e nativas foi totalmente destruída.  Também no Rio Grande do Sul, os povos Kaingang e XoklengKonglui tem seus territórios no olho da iniciativa privada, que disputa para transformar as terras em capital especulativo, terras essas que são suas por direito! É um absurdo!  

O governo que deveria proteger, age em defesa de seus próprios interesses podres e auxilia na destruição, usando da polícia para reprimir os moradores do território. A FUNAI, cujo seu presidente, Marcelo Xavier, comparsa de Bolsonaro, defende legalizar o garimpo em área indígena, sequer faz o seu estudo antropólogo para comprovar os locais que são territórios indígena, quanto mais providencia alguma atitude em relação às expulsões do povo indígena de seus territórios ou faz algo em relação às denuncias de invasões.

Os ataques e tentativa de destruição da história dos povos originários é uma realidade cruel contra a qual o povo indígena luta a séculos.  Cruz, garimpo, desmatamento, invasão e sangue, é assim que buscam o extermínio desses povos em todo país a séculos, mas a situação piorou com o atual governo federal, que fez como uma das primeiras atitudes do seu mandato colocar a FUNAI (Fundação Nacional do Índio) como responsabilidade do Ministério da Agricultura. A interesse de que essa decisão foi tomada, se não daqueles que desejam passar a boiada e garimpar em lugares que são ilegais?

Alguma atitude deve ser tomada, os interesses da burguesia não podem ser novamente razão para exclusão, não é justo ver culturas pisoteadas. É necessário denunciar o que está acontecendo e tomar atitude diante de injustiças que os rodeiam, basta de governo Bolsonaro genocida, basta de invasão, basta de extermínio cultural, apagamento histórico e sangue derramado. Vamos resistir e lutar por um Brasil que respeite os povos originários!

“Não estamos aqui porque queremos, mas atendemos a um chamado dos espíritos.” Palavras da liderança Xokleng, CullungTeie.

E nesse sentido que, seguindo o chamado das organizações, estaremos nas ruas no dia 19 de junho para fazer deste dia, mais um dia de Fora Bolsonaro Genocida, para dar um fim nesse governo já e poder avançar nas reivindicações que nossa popualçao tanto necessita!

Caroline Silva dos Santos, militante da causa indígena e da JRdoPT Caxias do Sul

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