O significado do desmonte ambiental de Bolsonaro

Na segunda-feira, dia 19, as fotos de São Paulo coberta por um céu escuro às 3 da tarde causaram estranhamento. O céu estava escuro pois a temporada de queimadas que atinge a floresta amazônica foi tão forte que a fumaça escura e densa se alastrou até o sudeste. 

Essas queimadas na amazônia – no Acre, Rondônia e Bolívia, mais especificamente –  já duram quase 20 dias, com a fumaça atingindo uma grande extensão territorial afetando moradores e destruindo o habitat de diversas espécies de fauna e flora.

As queimadas já são cenas comuns no Brasil, a prática é considerada normal e abre espaço para pecuária e para o agronegócio que é financiado e comandado pelos donos de grandes terras, que inclusive compõem o Senado e a Câmara dos deputados; contudo, nos últimos meses o desmatamento e a exploração dos recursos ambientais se agravou, como mostra os dados publicados pelo INPE. Há pouco tempo o Instituto Nacional de Pesquisa Espacial divulgou que a taxa de desmatamento da Amazônia aumentou em 40% entre meados do ano passado e julho desse ano. Isso se deve as decisões que o novo governo está levando em relação ao meio ambiente e a agricultura, por exemplo: corte de 50% do Ibama para a construção do PrevFogo, um centro de prevenção a incêndios; corte de 5,4 mi do ICMBio (Instituto Chico Mendes de Preservação da Biodiversidade) para fiscalização e combate a incêndios; nomeação para ministra da agricultura a líder da bancada parlamentar ruralista, Tereza Cristina Dias, bancada com vários representantes acusados de assassinato, trabalho escravo e abuso de agrotóxicos; não demarcação de novas terras indígenas, que, de acordo com a FUNAI, as terras indígenas ajudam a frear o desmatamento, além de ser um direito conquistado da população indígena; etc. Bolsonaro abre espaço e dá permissão a multinacionais para a exploração de madeira, petróleo e minerais e tenta insistentemente a aprovação para a invasão e exploração das terras indígenas, incentivando situações como o massacre na aldeia indígena dos Waiãpi no Amapá. Isso tudo em 8 meses de governo!

A inclinação de Bolsonaro à subserviência aos latifundiários e fanáticos, além da política alinhada com os interesses de multinacionais e bancos, leva o país ao abismo a que nos encaminhamos. O que esperar de um governo que tenta a todo custo vender a previdência do povo ao capital financeiro? O que esperar quando esse mesmo governo ceifa a maior floresta do mundo e a vida dos povos originários? O objetivo é vender os direitos dos trabalhadores e nossas riquezas naturais. 

A Amazônia registra 56% dos conflitos de terra no Brasil, segundo a Comissão Pastoral da Terra, que envolve indígenas, garimpeiros, agricultores e sem terra, trazendo à tona a necessidade da reforma agrária para o desenvolvimento social, político e ambiental do país. Além disso, a exploração abusiva é nociva tanto ao bioma quanto ao mantimento do povo, o uso responsável garante a estabilidade da população e do ecossistema, contudo isso não é possível dentro de um sistema que sobrevive do abuso desenfreado desses recursos.

Esse governo autoritário não vai realizar os anseios do povo: demarcar as terras indígenas, retirar a permissão dos agrotóxicos, incentivar a agricultura familiar, anular as contrarreformas, regulamentar o trabalho e a educação no campo e fazer reforma agrária. Tudo isso só é possível com o fim do governo Bolsonaro e a convocação de uma Assembleia Constituinte Soberana que abra caminho para o avanço nas políticas ambientais. 

A Juventude Revolução do PT faz a defesa do meio ambiente contra a exploração do capital, em defesa dos quilombolas, indígenas e dos trabalhadores do campo e da cidade. Em defesa da Amazônia e da soberania nacional!

Raíssa Lira – Militante da Juventude Revolução do PT de Santa Catarina

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