Pouco debate político na 9ª BIENAL DA UNE

Militantes de delegações diferentes da Juventude Revolução estiveram do dia 1 a 6 de fevereiro no Rio de Janeiro para participarem da Bienal da UNE que aconteceu na Lapa (Circo Voador e Fundição Progresso). O debate político na Bienal foi restrito ao segundo dia,  no qual a JR interviu na segunda mesa de debate.

Neste dia ocorreram três diferentes mesas com temas ligados à reforma política, tema que permitiu  a discussão da Constituinte, campanha que nos lançamos a nível nacional construir.

A primeira mesa foi marcada pela péssima localização, pois ocorreu numa sala pequena que não proporcionou com que todos pudessem fazer parte do debate.

Diante os problemas de localização a direção da UNE, que percebeu que a juventude estava disposta a discutir política, levou a segunda mesa para um salão mais amplo onde todas as organizações pudessem participar do debate. A segunda mesa foi marcada principalmente pelas diferentes intervenções de organizações, tanto da direção da UNE, quanto do campo pupular ou oposição. A Juventude Revolução interviu na mesa com a linha de fazer e construir uma luta unitária, convocando para a luta pela constituinte, a responsabilidade da UNE de se mobilizar e ir ás ruas cobrar as reformas que o povo quer e votou no plebiscito popular (2014) com quase 8 milhões de votos.

Nossa intervenção foi clara: convocação pro dia nacional de lutas previsto para março, em uma linha unitária das organizações jovens, cobrando o posicionamento da UNE enquanto entidade e o mais importante – que a reforma só se dará através de uma constituinte exclusiva e soberana do sistema político!

Esquerdismo e briga de torcida  e a responsabilidade da direção
A terceira e última mesa de debate era marcada pela presença do Secretário Geral da República, Miguel Rosseto. Uma boa oportunidade para que a juventude pudesse cobrar do mesmo as promessas feitas por Dilma na eleição e logo nao cumpridas. Como não cortar direitos dos trabalhadores e da juventude! Uma mesa importante para conseguirmos abrir um debate apontando diretamente para a importância da reforma política.

Alguns motivos impediram o debate aberto e o posicionamento de Juventude Revolução. O primeiro problema veio diretamente da direção da UNE, que em uma manobra tática, usando a desculpa de falta de tempo, só permitiu a fala de quem tivesse cargos na diretoria da mesma.  Outro motivo para que o debate nao acontecesse,  foi a briga de torcida que se instalou devido a tática clara do CST- PSOL em implodir o debate, batendo seus tambores e sua bateria sem parar. Em resposta a essa tática a direção da UNE, representada ali por UJS – PCdoB e Kizomba – PT, respondia as acusações da CST- PSOL com a mesma tática: gritos de guerra alucinantes e batuque do inicio ao fim. Ou seja, o debate político ficou de lado e o que prevaleceu foi o esquerdismo denuncista do CST-PSOL, que não apontava uma saída sequer em suas falas e o governismo cego da UJS-PCdoB e Kizomba – PT.

O que isso resulta ? Resulta na não cobrança ao Secretário Geral, dos compromissos assumidos por Dilma que fizeram com que ela fosse reeleita. Dilma foi reeleita pra avançar nas reformas e aumentar o direito dos trabalhadores.

O cancelamento do CONEB, tradicionalmente realizado nesta época e a situação política grave que enfrentamos no país mostram que esses poucos debates não  foram suficientes para avançar a mobilização dos estudantes. A UNE precisa discutir a luta concreta pela Constituinte, contra os cortes de verba no MEC  e em defesa da Petrobrás, questões que foram o eixo de um ato realizado na quinta feira por estudantes de diversos grupos  políticos, sem a participação oficial da direção da entidade.

Jeffei, é militante da JR em Volta Redonda – RJ