UNIDADE PELA PUNIÇÃO AOS CRIMES DA DITADURA!

Republicamos abaixo a carta que enviamos às direções das organizações de juventude com o objetivo de construir uma unidade para lutar pela punição dos crimes da ditadura. Com discussão em andamento, comunicaremos as respostas aos nosso leitores.

O mesmo encaminhamento pode ser feito desde já em reuniões nos estados e cidades, com grupos locais e correspondentes das organizações. Façam-nos chegar os primeiros resultados para, desde já, publicarmos.

Essa discussão será retomada e aprofundada  no nosso 12° ENJR que acontecerá em Brasília entre os dias 28 de abril a 01 de maio. 

Carta às organizações políticas de juventude

São Paulo, 2 de abril de 2012

Aos companheiros e companheiras da direção da Juventude do PT, UJS, Levante Popular da Juventude e UJR, 

A todas as organizações de juventude engajadas na luta pela democracia e a soberania,

Neste ano, ao redor do dia 31 de março, em protesto contra a comemoração do golpe militar de 1964, aflorou com mais força o sentimento vivo da juventude que em diferentes cidades do país se mobilizou por justiça. Pela punição dos criminosos, dos assassinos e torturadores que agiram em nome dos governos da Ditadura Militar. Ditadura instalada com o apoio do imperialismo estadunidense, o engajamento do grande patronato para super-explorar os trabalhadores, e a participação entusiasta do latifúndio e da reação em geral.

Companheiros e companheiras,
Nós, da Juventude Revolução, nos dirigimos a vocês neste momento, independente das diferenças que possam existir entre os diversos grupos e forças, para propor trabalharmos juntos pela mais ampla unidade numa agenda comum nacional de mobilizações pela punição aos crimes da ditadura.

Nem os nomes que comporiam a limitada Comissão Verdade foram ainda designados, e já os militares reacionários e outros setores tomaram a iniciativa, em manifestos e atos, para bloquear qualquer investigação, pressionando para manter o status quo. Eles querem atemorizar o povo e paralisar o governo federal que, de fato, há 5 meses editara o decreto da Comissão Verdade.

Por isso, em Assembléias Legislativas, Câmaras Municipais e no próprio Congresso Nacional, e outros âmbitos, Comissões da Verdade tramitam ou já foram formadas, refletindo um crescente sentimento nacional.

Afinal, o regime policial-militar da ditadura terminou, mas muitas das suas instituições e personagens, militares e civis, estão aí mesmo. A ilegítima dívida pública, a estrutura agrária, a desigualdade da representação política (1 voto em Roraima é igual a 11 votos em São Paulo), o Senado super-poderoso e corrupto, além da continuidade da linhagem dos oficias das Forças Armadas que militarizam as policias que aterrorizam o povo e a juventude nas periferias.

Quem não consegue ver uma continuidade na expedição militar das tropas brasileiras no Haiti em nome da ONU, onde exercem poder de polícia, um “treino” para aplicar no Brasil, como, aliás, justificou um ex-ministro da Defesa?

Companheiros e companheiras,Como se vê, independente do que pensemos de cada uma destas questões, é evidente que sobram motivos para uma mobilização unida pela punição dos crimes da ditadura. Todos queremos que a nação conheça a verdade, e não há verdade sem justiça.

Por isso, vamos prosseguir na batalha pela abertura dos arquivos, pela punição dos assassinos e torturadores, o que leva de um modo ou outro, mais cedo ou mais tarde, à revogação da pretensa Lei da Anistia dos “dois lados”. Esse é o mesmo movimento em curso nos países vizinhos que também foram submetidos a ditaduras.

Para isso é que é necessária a mais ampla unidade da juventude para que, juntos, possamos combater de forma eficaz pela punição aos crimes da ditadura, em conjunto com outras organizações democráticas e populares.
De nossa parte, nos dispomos a uma reunião ampla com todos interessados em construir uma agenda comum de mobilização.

Punir os assassinos e torturadores da ditadura é parte da luta por uma nação democrática onde a soberania popular seja respeitada!

Saudações revolucionárias,
Joelson Souza, pelo Conselho Nacional da JR

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