Pós Graduandos reafirmam luta pelo aumento de 40% das bolsas e decidem caravana à Brasilia

Enrte os dias 3 a 5 de maio Pós Graduandos de todo o país se reuniram pra debater sobre a situação da pesquisa no Brasil, Ciencia & Tecnologia, e a luta pela Soberania Nacional. A Juventude Revolução entrevistou Hyllo Nader (foto), um dos signatários da tese ANPG é pra Lutar que foi eleito para a próxima diretoria da Associação Nacional dos Pós Graduandos, indicado para assumir a Vice – Presidência da entidade.

Juventude Revolução (JR): Quais as principais decisões desse congresso?

Hyllo Nader (HN) :O XXIII Congresso Nacional de Pós-Graduandos contou com a participação de 283 delegados de mais de 45 instituições de ensino superior de 18 Estados brasileiros, constituiu-se em um verdadeiro ponto de apoio na luta dos pós-graduandos por ter aprovado propostas importantes para a luta em defesa dos direitos dos estudantes. As principais decisões do XXIII Congresso Nacional de Pós-Graduandos foram a convocação de uma Caravana à Brasília para agosto desse ano pelo reajuste 40% para as bolsas e pela recomposição do corte de 55 bilhões de reais no orçamento da União; a elaboração de um Plano Nacional de Assistência Estudantil para os pós-graduandos e o CONAP estatutário. Além dessas, foram aprovadas resoluções que servem como pontos de apoio para a luta nacional dos pós-graduandos como a defesa do veto ao novo código florestal dos ruralistas; pela revogação da Lei das Organizações Sociais que transfere o serviço publica para as mãos da inciativa privada; por uma política de valorização das bolsas com o estabelecimento de uma data-base; a conquista da bolsa 13º; contribuição previdenciária.

 

JR : O que você pensa a respeito do aumento de 10% das bolsas, anunciado pelo governo durante o congresso da ANPG?

HN: Bom, o reajuste de 10% nas bolsas de mestrado e doutorado tanto da CAPES quanto do CNPq anunciado para julho desse ano é um passo, uma vitória parcial fruto da campanha desenvolvida pela ANPG, APG’s e pós-graduandos de todo o país e da paralização do dia 29/03. Mas ainda é insuficiente, visto que só a inflação acumulada nos quatro anos sem reajuste está em torno de 25%, se contabilizarmos as perdas, a defasagem das bolsas atinge os 40%. Portanto, a campanha pelo reajuste de 40% das bolsas nunca esteve tão atual quanto agora, é preciso organizar a Caravana à Brasília para exigirmos os 40% de reajuste já e pela recomposição do corte no orçamento da União, afinal são questões que estão intimamente ligadas, pois, segundo o professor Glaucius Oliva, presidente do CNPq, “a verba [desse reajuste] sairá exclusivamente do CNPq e acredito que isso ocorra também com a CAPES pelo fato de que não recebemos reajustes em nosso orçamento”.

JR: Como preparar a Caravana à Brasília?

HN: Agora que os delegados e observadores do XXIII Congresso Nacional de Pós-Graduandos regressaram para suas universidades é necessário que se organizem e façam reuniões de balanço do Congresso nas APG’s e nas Comissões Pró-APG’s para divulgarem e construírem as resoluções que aprovamos. É preciso passar em cada sala de aula para mobilizar todos os estudantes, continuar o abaixo-assinado pelo aumento das bolsas, que já recolheu 50 mil assinaturas, fazer assembleias para discutir os resultados do Congresso e a Caravana. Devemos desde já solicitar ônibus nas reitorias e começar a planejar a arrecadação financeira por meio de festas, rifas, lista de ouro e contribuições voluntárias dos pós-graduandos para que possamos organizar essa Caravana e conquistar o reajuste já de 40% para as bolsas.

JR:Que outras questões você vê como desafio dos pós-graduandos no próximo período?

HN: O grande desafio que se coloca aos pós-graduandos no próximo período é a garantia de condições dignas de pesquisa, isto é, garantir uma boa infraestrutura, laboratórios, bibliotecas, equipamentos, o plano nacional de assistência estudantil, mais bolsas e uma política de valorização das bolsas com o estabelecimento de uma data-base para o reajuste, a bolsa 13º, plano de saúde, contribuição previdenciária e 1/3 de férias, em outras palavras, é o avanço na profissionalização da pós-graduação com a criação de um regime especifico que contemple o hibridismo estudante e trabalhador.

 

JR: Que balanço geral você faz desse congresso? Como foi a intervenção dos signatários da tese ANPG é pra Lutar?

HN: O balanço é positivo, ainda mais com a perspectiva aberta pelas resoluções aprovadas, que possibilitaram uma verdadeira articulação do movimento nacional de pós-graduandos ao servirem de ponto de apoio para as lutas diárias. No entanto, o congresso em si não ocorreu sem problemas, pois permaneceu no formato de painéis com pouco tempo para discussão entre os delegados. Os grupos de discussão, isto é, o espaço que os pós-graduandos tiveram para discutir seus problemas e propor resoluções só ocorreu na sexta-feira à noite. Além disso, a plenária final, espaço máximo de deliberação do congresso, foi conduzida de uma forma que levou a despolitização, pois a mesa não permitiu que se fizesse defesa das propostas de resolução.

Nós da tese A ANPG é pra Lutar tivemos uma excelente intervenção, garantimos fala em todos os espaços pautando os problemas que os pós-graduandos estão confrontados, tais como a falta de uma política de assistência estudantil e a exclusão das Ciências Humanas dos editais do Ciências Sem Fronteira entre outras questões. Nos grupos de discussão participamos ativamente, propusemos as resoluções que foram aprovadas sobre a Caravana à Brasília, pelo veto ao novo código florestal dos ruralistas, pela revogação da Lei das Organizações Sociais e pelo CONAP (Conselho Nacional de Associações de pós graduandos) estatuário.

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