Menos de um ano após as jornadas de junho e julho que sacudiram o Brasil motivadas pelo aumento das passagens, e que em muitos casos conquistou a redução da tarifa ou ao menos o bloqueio, diversos prefeitos e “empresários” do transporte recolocam o problema do aumento, através de um chororô generalizado, no qual prefeitos tentam explicar que as prefeituras não tem como arcar com mais subsídios (com orçamentos estrangulados pela divida pública) e empresários ameaçam que se não aumentar, vai piorar a qualidade.
As palavras de ameaça são do próprio presidente da NTU (associação de empresários de transporte urbano) “Projetos de renovação de frota, instalação de GPS e criação de faixas de ônibus exclusivas serão abortados” (Valor, 20/01).
Com medo do aumento e de novas manifestações em pleno ano eleitoral, entre 15 de dezembro de 2013 e 15 de janeiro de 2014 apenas 13 prefeitos (só Rio Branco, de capital) tinham decretado aumento da tarifa, o que significa menos da metade que no mesmo período do ano anterior (27 cidades, sendo 5 capitais).
Mas a cada dia que passa a pressão aumenta, já que os empresários não admitem reduzir seus lucros, e tampouco os prefeitos e o governo federal incentivam a estatização dos transportes públicos, saída obrigatória para a situação.
No Rio de Janeiro, apesar do parecer da equipe técnica do Tribunal de Contas do municipio ter sido no sentido de reduzir a passagem em R$0,25, Eduardo Paes declarou o aumento da passagem de R$2,75 para R$3,00, depois da choradeira dos empresários, que tentaram ganhar o aumento na justiça. É a primeira grande cidade a declarar aumento e pode encorajar outros prefeitos a fazer o mesmo, apesar de em São Paulo Haddad ter dito que não vai aumentar.
As manifestações já começaram com roletaços e protestos marcados e devem continuar!
O aumento também está acontecendo em Joinville, onde a JR participa das manifestações que exigem a redução e que sofrem a repressão da policia. Na cidade, que reduziu em 10 centavos a passagem durante as manifestações no ano passado, o reajuste esse ano é de R$3, 00 para R$3, 20 (e sem cartão comprado com antecedência o preço sobe para R$3, 40!).
O cenário ainda é incerto, mas já se pode prever, com o inicio das negociações com os trabalhadores rodoviários, que os empresários vão querer jogar nas costas dos trabalhadores e estudantes o aumento de seus lucros, aumentando a passagem.
Por isso, é preciso que estejamos preparados. Onde houver ameaça de aumento de passagem é preciso discutir nas entidades estudantis a organização de manifestações contra o aumento! Vamos preparar as colunas da JR, panfletos, camisas e bandeiras, organizar a segurança e fazer um chamado a toda a Juventude, às entidades estudantis como a UNE e a UBES e organizações de jovens e trabalhadores.
Vamos também lutar pelo Passe Livre Estudantil e pela Estatização do transporte coletivo, para que tenhamos um transporte público de qualidade!
Leonardo Nurnberg, é membro do Conselho Nacional da JR e militante da JR em Santa Catarina