Interventor persegue estudantes que apoiam Lula
Na última quinta-feira (21/07) dezenas de estudantes da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) realizaram uma reunião de lançamento de um comitê popular em defesa da educação na universidade. A reunião desse comitê gerou, como um de seus resultados, um manifesto que declarava, entre outras reivindicações, apoio à candidatura do ex-presidente Lula.
A atividade repercutiu na universidade, principalmente quando apenas um dia depois do lançamento do comitê, o reitor (interventor do governo Bolsonaro) da UFRGS, Carlos André Bulhões Mendes, enviou um ofício circular aos diretores das unidades de ensino e aos membros da administração central da universidade relatando que estava “alertando” à toda comunidade acadêmica que existiam condutas proibidas à todos os servidores no período eleitoral e que “a reitoria tomou conhecimento e está apurando as responsabilidades pelos recentes eventos e manifestações político partidárias”. Em menos de uma semana do recebimento dessa circular e do ocorrido, os estudantes que tomaram a palavra na atividade relataram terem sido notificados oficialmente por email sendo convocados à responder frente ao CONSUN, o conselho universitário.
Não é a primeira vez que o reitor, terceiro colocado nas eleições e indicado por Bolsonaro para assumir o cargo mesmo assim, busca intimidar os estudantes e trabalhadores da universidade. Em maio, a pedido de Bulhões, a justiça federal expediu uma ação de interdito proibitório contra a direção, gerência administrativa e estudantes do Instituto de Artes da UFRGS de mobilizar, após protesto feito por espaço adequado feito pela comunidade universitária do IA. No documento, o reitor buscou intimidar o diretor e gerente administrativo do instituto, bem como os “integrantes não identificados do movimento”. Agora, conforme aumentam as mobilizações em defesa da educação ligada à exigência pelo fim do governo e se aproxima o período eleitoral, com manifestações de estudantes e entidades, Bulhões vem cada vez mais, através de documentos e falas, buscando cercear e intimar os estudantes que lutam por seus direitos.
Cada vez mais a situação das universidades se agudiza, falta tudo, em especial assistência estudantil e política de permanência para os que precisam de suporte para se manter estudando. A política do governo Bolsonaro, refletida por exemplo na manutenção da EC 95 (teto de investimento) e nos cortes cada vez maiores na educação geram o aumento da taxa de abandono dos cursos; uma política que busca destruir a universidade pública e chutar pra fora dela a juventude, em especial a pobre e trabalhadora.
O que ocorre na UFRGS não é exceção, ela vem do avanço da política autoritária do governo Bolsonaro e seus representantes, que buscam aterrorizar e sufocar as mobilizações fruto do sentimento de indignação frente à política genocida do governo.
Mas não vão nos calar! Os estudantes seguirão resistindo e buscando lutar para achar uma saída, uma forma de reconstruir o que foi destruído e transformar o país. Para isso, é preciso mudar as regras do jogo, é preciso de Constituinte com o Lula. A batalha está apenas começando.
Márcia Damke (CNJR)
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