Abstenção eleitoral cresceu: aumenta a indignação entre os jovens com a crise!

A abstenção eleitoral nas municipais de 2020 foi a maior das últimas décadas. Em cidades importantes como o Rio de Janeiro bateu a casa de 35% e foi ‘vencedora’. Não dá pra dizer que foi só a pandemia que levou a isso. Afinal, não foram os grupos de risco que lideraram o ranking da abstenção. A faixa etária onde mais aumentaram as taxas foi a jovem. Aos 18 anos a abstenção cresceu 124% no país, alcançando números maiores em cidades chave como São Paulo onde bateu 142%. Não votar é uma forma de demonstrar indignação com a crise que esse sistema podre e esse governo assassino alimentam!

Logo estaremos em 2021 e a crise onde o Bolsonaro lança os jovens só aumenta. No ano novo a luta continua, seguiremos exigindo uma bolsa estudantil para que o jovem não precise optar por estudar ou trabalhar pra ajudar a completar a renda da família que caiu. Não abrimos mão do direito à educação que vem sendo negado pelo governo com a falta de condições seguras pro retorno das aulas presenciais, principalmente a testagem em massa pra controlar a pandemia. Nem mesmo pro ensino remoto eles garantem acesso da maioria. Levantamos nossa bandeira por mais emprego pros jovens, estágios nas prefeituras, pela continuidade do auxílio emergencial enquanto durar a pandemia.

         Por isso votamos 13!

         Essas foram pautas que nós levantamos nas eleições municipais através de várias candidaturas petistas. No geral os jovens querem uma mudança na situação, querem superar essa crise. Por isso muitos votaram no PT, principalmente nas grandes cidades. Apesar de falsa a ideia da grande mídia de que o nosso partido foi o grande derrotado na eleição, observamos que a quantidade de votos do PT também não cresceu. O partido falou mais do que já fez (o legado, algumas conquistas importantes) do que medidas concretas pra tirar o país da crise, que é o que mais interessa. A exemplo do Rio de Janeiro e Cuiabá, votamos 13 no segundo turno onde nenhum candidato representava essas medidas apoiados na política de alianças antiimperialistas do 7º congresso do PT. Mas a conciliação de alguns dirigentes levou a alianças com partidos de direita, o que confunde e mistura o PT com o resto. Foi nessa conciliação que os governos petistas a não realizaram as principais reformas que precisamos: política, agrária, tributária… Concordamos com a avaliação do Diálogo e Ação Petista de que esse é um dos motivos pra estagnação do voto no PT.

         Novos ventos soprando…

         Outro aspecto importante da eleição é a abstenção que mais uma vez cresceu, mostrando que só aumenta o rechaço da população a esse sistema político podre, em especial os jovens. A abstenção chegou a “vencer” em grandes cidades. Esse fator aliado à piora das condições de vida é altamente explosivo e relembra a necessidade de uma Assembleia Constituinte Soberana no Brasil, como única forma de varrer esse sistema de cabo a rabo, fazer as reformas que precisamos – como a política, da mídia, militar… – e refundar as instituições para representar os interesses do povo oprimido e da juventude, como a própria desmilitarização das PMs. Tem uma indignação levando milhares às ruas na América Latina,  especialmente os jovens. Na Guatemala exigem a saída do presidente, no Peru gritam “Fora todos e Constituinte”. No Chile seguem mobilizados após a vitória esmagadora do SIM no plebiscito da Constituinte a ser eleita em 2021.

         Seguir lutando com autonomia!

         A abstenção eleitoral entre os jovens, que bateu recorde, não é só uma falta de interesse nas opções disponíveis, que se resolveria com mais candidatos jovens nas próximas disputas. É uma forma de protesto contra o sistema que cedo ou tarde também vai aparecer nas ruas. Dialogando com esses jovens, organizando nas comunidades, pastorais, escolas, locais de trabalho, grupos culturais, é que podemos, junto com a classe trabalhadora, abrir uma saída pra essa crise no país. E a hora de lutar é agora principalmente com questões latentes que não podem continuar, como o racismo e a violência policial que o Bolsonaro incentiva. É inaceitável, como vimos dezenas de jovens petistas dizerem na carta assinada a Rui Costa que a JRdoPT de Salvador/BA animou, que um governador do nosso partido autorize uma operação de guerra da PM aterrorizando a população que fica entre a violência do tráfico e da polícia. Queremos o fim do genocídio da juventude negra!

         Com autonomia, a Juventude do PT deveria ajudar os milhares de jovens a organizar suas lutas hoje, sem ficar esperando a próxima eleição (2022). É hora de lutar pelo direito à educação com uma bolsa estudantil e condições seguras para o retorno às aulas, por testagem de COVID em massa na comunidade, pelo fim da violência policial que extermina a juventude negra diariamente. Através dessas lutas ir engrossando o caldo pra dar um fim no governo genocida do Bolsonaro, quanto antes melhor! Convidamos você para se somar com a gente nessa luta. Participe das nossas reuniões, cola com a JRdoPT!

Conselho Nacional da JRdoPT

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