Alemanha, Reino Unido, França: um mesmo desejo de militarização contra os jovens

Fotografia da greve de 01/02 na França (AFP)

Dinheiro para os canhões, nada para o povo

Abaixo, a Juventude Revolução publica um texto originalmente publicado no jornal Information Ouvrières. Governos europeus promovem apoio econômico e diplomático à guerra, com massivos investimentos em créditos militares. A juventude e os trabalhadores na França e na Grécia enfrentam desinvestimentos cada vez maiores nas universidades, cortes de bolsas e entrega de universidades ao setor privado. Os jovens imigrantes sofrem com a violência policial nas periferias das cidades europeias, a juventude recorre a empregos cada vez mais precarizados e sem direitos, os trabalhadores enfrentam contrarreformas que destroem a aposentadoria. Enquanto isso, os governos europeus gastam milhões de euros em guerra e militarização. Não é só no Brasil e nos países pobres que a juventude sofre com a violência, o militarismo e o corte de verbas na educação; essa é a norma do imperialismo, tema da discussão da Formação de Verão 2024 da Juventude Revolução do PT. A destruição dos direitos é o que o sistema capitalista tem para oferecer para a juventude em todo o mundo. É preciso combater por uma alternativa! Organize-se na Juventude Revolução!

RESTABELECIMENTO DO RECRUTAMENTO

Na Alemanha, durante discurso no Bundestag [parlamento alemão] no dia 31 de janeiro (segundo BFM), o Ministro da Defesa Pistorius declarou que o país deve começar a introduzir a obrigatoriedade no serviço militar. O orçamento militar na Alemanha bateu o recorde total de 72 milhões de euros, sendo 2,1% do PIB (contra 1,3% em 2021).

No Reino Unido, o general Sanders, chefe do Estado-Maior do Exército, pronunciou-se sobre formar “um cidadão armado” durante um discurso em Londres no dia 24 de janeiro. O jornal Le Monde comentou: “o debate é inédito em um país que acabou com o recrutamento em 1960”. O orçamento militar deveria alcançar 3% do PIB conforme o Ministro da Defesa. Os mesmos debates acontecem na Itália com o governo Meloni a fim de criar um exército de 10 mil reservistas.

Dentro do contexto de alistamento dos jovens para a guerra, na França, o Primeiro-Ministro Attal anunciou, no dia 23 de janeiro, a generalização do SNU (Serviço Nacional Universal) em 2026. Ele declarou que: “Nosso rearmamento civil significa fortalecer a unidade republicana de nossa juventude e permitir a todos os jovens da França fazer a nação. Este é o papel do SNU”. Os mesmos governos que destroem o ensino, da escola à universidade, e aumentam o orçamento da guerra ininterruptamente, desejam, agora, entregar a juventude aos generais.

EUROPA: 50 MILHÕES A MAIS PARA A GUERRA!

Os agricultores invadiram as ruas de Bruxelas no 1º de fevereiro para chegar aos portões do Conselho europeu reunido no mesmo dia, em sessão extraordinária.

Enquanto eles são estrangulados pelos preços baixos e exigem a possibilidade de ganhar a vida decentemente com o seu trabalho ainda que nenhuma das suas exigências seja levada em conta, Macron “saudou”, ao final do conselho, o acordo obtido pelos Estados-Membros, o qual conduziu à liberação de milhões de euros suplementares para continuar a guerra na Ucrânia. Dinheiro para os canhões, nada para o povo!

Na Itália, na Alemanha, nos Países Baixos, na Bélgica, na Espanha, na França, os agricultores prosseguiram com os bloqueios e ações de protesto nessa semana.

Texto originalmente escrito por Bruno Ricque. Tradução por Nasser, de JF-MG.

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