As ruas e cidades gregas foram novamente inundadas pela juventude que luta pelo seu futuro!

As lutas dos estudantes gregos continuam. A raiva da juventude foi expressa novamente na quinta-feira, 4 de fevereiro de 2021, pela terceira semana consecutiva, intensificando o combate contra a aprovação, pela Assembleia Nacional, do projeto de lei reacionário da Ministra da Educação Nacional e das Religiões, Niki Kerameos, em 10 de fevereiro e contra o Ministro da Proteção do Cidadão (sic), Michalis Chryssochoidis.

De uma ponta à outra do país, estudantes, professores e manifestantes solidários deram novamente uma resposta ao ataque do governo, que aproveitou a oportunidade da crise sanitária para tomar uma série de medidas reacionárias, tanto no campo do trabalho como no da educação.

Em Atenas, Salônica, Patras, Janina, Heraklion, Chania, Volos, Trikala, Xanthi, Syros, Náuplia, os manifestantes denunciaram a gestão governamental da pandemia e exigiram educação pública e gratuita para todos.

Em um período de crise sanitária que se combina com uma crise múltipla e profunda já existente em todas as áreas, a política do governo grego é escandalosa. Ele não deu um centavo para tomar medidas substanciais a fim de fortalecer o sistema de saúde e proteger a saúde pública, embora tenha gasto somas extraordinárias na aquisição de armamentos para a OTAN em razão dos antagonismos geopolíticos da região.

Os jovens estão furiosos

O isolamento, o fechamento dos espaços públicos e o corte nas relações sociais intensificam essa raiva. Tudo isto junto constitui um quadro de questionamento e rejeição da política governamental na sua totalidade por parte dos jovens que, através das associações estudantis, mas também espontaneamente, desafiam as proibições da polícia  e saem às ruas, aos milhares, para exigir o direito ao acesso de todos à educação pública e gratuita, uma política que leve em consideração as necessidades da sociedade, universidades sem polícia, sem expulsões e sem autoritarismo e especialmente a abertura de todos os níveis de ensino com todas as medidas de proteção.

O aspecto internacionalista esteve presente no dia 4 de fevereiro. Durante as manifestações de quinta-feira na Grécia, estudantes gregos expressaram solidariedade com seus colegas turcos da Universidade de Bogazici. Membros da Juventude Comunista de Libertação, bem como membros de associações estudantis em várias cidades da Grécia, denunciaram as 159 prisões de estudantes turcos e apoiaram as suas justas reivindicações, levantando cartazes e entoando palavras de ordem. A mensagem do dia foi uma mensagem de combate e solidariedade internacionalista: contra o ataque conjunto dos governos turco e grego de Mitsotakis e Erdogan, apoiadores da oligarquia grega e turca, a luta conjunta dos estudantes e dos povos vencerá.

Mensagens de solidariedade aos estudantes gregos também foram enviadas por estudantes e jovens da Turquia, da Itália e da Albânia.

As mobilizações massivas desses últimos tempos são um sinal de uma luta que está apenas começando. Assembleias da área da educação (alunos do ensino médio, alunos, professores, pais) e manifestações grandes e pequenas estão sendo organizadas para acontecer novamente na quarta-feira, 10 de fevereiro, em defesa da educação pública e gratuita, das liberdades democráticas do povo e da juventude, bem como para exigir a abertura de todos os estabelecimentos em todos os níveis de ensino, acompanhada das medidas sanitárias indispensáveis. O governo não recuou em suas medidas e proibições na tentativa de parar os protestos. Fala-se nesses últimos dias em impor novamente o confinamento à região da Ática.

Litsa Frydas, membro do Comitê Internacional da Nova Corrente de Esquerda (NAR)

Publicado no jornal francês Informations Ouvrières

Tradução Adaias Muniz

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