A reforma do ensino médio, aprovada sob o governo de Michel Temer, com a resistência das mobilizações dos estudantes secundaristas em 2017, foi implementada com o argumento de “modernização” da educação, tornando o ambiente escolar mais atrativo para os estudantes. Em 2023, a implementação do Novo Ensino Médio nas escolas públicas brasileiras está concluída e mostra a política por trás dessa contra reforma que ameaça o futuro da juventude. Quase três anos de implementação e o NEM mostra a que veio: evasão escolar, escolas que continuam sem verbas para atender os alunos em período integral e o esvaziamento do conteúdo científico. Segundo pesquisas recentes, os números são alarmantes.
Segundo os dados em nota da CNTE (Confederação Nacional dos Trabalhadores na Educação), uma pesquisa onde foram entrevistadas 2 mil pessoas, 53% responderam que estão fora da escola, na faixa etária entre 16 e 24.
Aureni, professora em Ribeirão Preto (SP) docente da rede estadual alerta que a falta de aulos ameça “inclusive com fechar turmas tanto no ensino fundamental II, quanto no ensino médio.” Para ela “são vários motivos da evasão escolar”, mas “a implantação do Novo Ensino Médio é um modelo excludente, e atinge em cheio os jovens trabalhadores. A maioria desses jovens que cursam a 2a e 3a série do Ensino Médio, já trabalham para ajudar no orçamento e sustento de suas famílias. A implantação desses novos itinerários, chamados de aprofundamento, na verdade substitui no currículo, componentes escolares de áreas afins como história, sociologia, filosofia, geografia e biologia, assim como restringiu aulas de língua portuguesa e matemática, todas de máxima importância e fundamental na formação humanística de nossos estudantes. Então, só temos uma saída, que é a luta pela revogação total do NEM.”
Isso porque o Novo Ensino Médio aumenta a carga horária curricular, adotando entre outras medidas, os itinerários formativos, que promovem educação técnica de baixa qualidade, disciplinas vazias de conteúdo e que tomam o lugar do aprendizado das disciplinas de ciência básica, como matemática, física e biologia. Sem conteúdo capaz de dar formação de qualidade aos estudantes e um ensino integral que transforma a escola em depósito de gente, os adolescentes passam cada vez mais a abandonar a escola. De acordo com uma pesquisa divulgada pelo SESI/SENAI, 57% dos estudantes que evadiram, não tinham condições de seguir estudando e a principal razão é a necessidade de trabalhar.
A Juventude Revolução segue seu combate, discutindo com estudantes de escolas em todo o Brasil, ajudando a fortalecer a campanha pelo Revoga NEM! Queremos educação de qualidade para garantir um futuro digno à juventude!
Kris – JRdoPT RJ
