Nos últimos dias, o mundo todo assistiu horrorizado às violentas ações em Israel e Palestina. A barbárie, ali, não é fato novo; em 2014, dizíamos que
“Desde 1948 o Estado de Israel vem multiplicando as invasões ao que sobrou do território palestino, e condicionando mais e mais famílias palestinas a viver em condições de extrema miséria, a maioria expulsas de suas terras. [São] mais de 4 milhões de palestinos exilados de suas terras, vivendo nas piores condições possíveis.”
Desde então, a situação só piorou; a ocupação militar israelense nega sistematicamente direitos básicos à população local e a possibilidade de desenvolvimento dos territórios palestinos históricos, produzindo desemprego em massa, falta de acesso a recursos médicos e crise total de moradia. Israel promove um verdadeiro genocídio contra o povo palestino e limpeza étnica a partir do regime do apartheid, que agora está mais violento do que nunca com pretexto de autodefesa contra o ataque do Hamas. É sob este contexto de violência sistemática que os acontecimentos recentes se desenvolveram, e é contra a população palestina que acontecem os maiores custos humanitários da guerra.
Também não interessa aos trabalhadores e jovens judeus em Israel a continuidade do projeto político sionista, que é responsável pela violência na região. A ocupação da Palestina serve, hoje, à burguesia imperialista, que se utiliza de Israel para garantir a regulação dos mercados no Oriente Médio. É o imperialismo que, como na Ucrânia, arrasta a juventude e os povos para a destruição total. Não à toa, manifestações de solidariedade internacionalista pelo fim do conflito foram duramente reprimidas na França, Alemanha e outros países no centro da dominação global.
O governo Lula agiu de forma acertada ao pedir pelo cessar-fogo e ao se manifestar por “esforços para que cesse de imediato e em definitivo o conflito” – assim como ao mobilizar o governo para garantir o direito de retorno aos brasileiros no território. O diálogo construtivo e a luta unitária entre os trabalhadores é fundamental para encontrar uma solução permanente e que garanta um futuro a população da região.
A violência, que afeta aqueles povos a décadas, demonstra a necessidade de respeito aos direitos, as religiões e as políticas locais de ambas as partes e a autonomia do povo palestino. Demonstra, ainda, a falência da atual divisão do território palestino, marcada pelo acordo de Oslo de 1993, que sustentou, com a política de dois Estados, a chacina que se desenrola. Somos por um só Estado, laico e soberano, no território da Palestina, através do qual as disputas possam se resolver de forma democrática!
Por isso, nos juntamos às vozes das organizações operárias e de juventude que exigem:
Cessar-fogo imediato!
Pelo fim do genocídio do povo palestino!
Um só Estado, democrático e independente, no território da Palestina.