Chamada da Juventude reunida dia 13 de fevereiro de 2021

Quase 70 estudantes do ensino médio e superior, e jovens trabalhadores vindos das cidades de Toulouse, Annecy, Estrasburgo, Lyon, Marselha, Clermont-Ferrand, Bordeaux, Paris, Avinhão, Rouen, Angers, Aix-en Provence, La Rochelle, Lorient, entre outras, se reuniram dia 13 de fevereiro pela iniciativa do Comitê de Ligação dos Jovens pela Revolução, para discutir a situação da juventude. 

Há quase um ano, nossas universidades estão fechadas. O abandono se multiplica, o governo nos impede de estudar, e nos obriga a ficar em casa. O governo nos impede de ver nossos colegas de classe e de nos reunir para resistir, reivindicar, ou mesmo nos divertirmos ou até mesmo de beber… em uma palavra, o governo nos impede de viver! Organizar assembleias gerais é o percurso do militante. O governo nos deixa isolados nos quartos universitários insalubres de apenas 9 metros quadrados. A única atividade permitida, assistir aula via Zoom, é a única possibilidade de conseguir um diploma que já não tem mais valor. 

Nas escolas públicas, nós devemos assistir aulas em modo híbrido enquanto as escolas privadas podem ter aulas totalmente presenciais. O governo se aproveita dessa situação para acabar com o diploma nacional do Bac, e entre uma escola e outra, os diplomas não terão o mesmo valor. Todos os dias, nos perguntam o que queremos fazer no futuro, porém como o Parcoursup [programa que aloca alunos do ensino médio em universidades] nos seleciona, dezenas de milhares de nós não conseguem seguir o estudo de nossa escolha. Todos os dias, nós vemos o que se passa nas universidades, onde os estudantes nem veem mais os professores. É esse o nosso futuro? Nós não o queremos. Nós recusamos essa seleção, queremos o Bac real, não um diploma sem valor. Nós recusamos que sejamos sacrificados!

Com sua quarentena, Macron nos joga na precariedade. Muitos de nós perdem seus trabalhos. Agora eles cortam os APLs [Auxílio Para Habitação] e condenam milhares de nós, estudantes estrangeiros ou não, aos bancos alimentares, e ao sofrimento psicológico que só cresce, conduzindo a uma dezena de suicídios desde o começo de janeiro. Basta!

O governo destrói nosso futuro, nos condena à precariedade. E ele continua a fechar os leitos dos hospitais, a conceder bilhões de euros aos capitalistas para acompanhar seus planos de licenciamentos e de perseguição aos estatutos e dos direitos salariais. Não é o vírus que nos mata, é a política desse governo!

Desde as manifestações contra o racismo, e a repressão que seguiu a morte de George Floyd, até a luta pela reabertura imediata das universidades, passando pelas manifestações contra a lei de Segurança Global, e em apoio aos organizadores da festa de ano novo La Maskarade, nós nos mobilizamos. Assim como os jovens e trabalhadores da Grécia, Espanha, Líbano, e Argélia, nós recusamos de deixar tudo ser destruído para o lucro do capital financeiro, nós recusamos esse estado de urgência sufocante, e para manifestar, nos reuniremos na Assembleia Geral. Nós o faremos apesar da repressão, apesar da falta de direção sindical ou política, que no fim das contas segue a política do governo. 

Nós, estudantes vindos de 20 universidades diferentes, jovens assalariados e do ensino médio de dezenas de estabelecimentos, decidimos nos coordenar sobre o plano nacional, e de constituir um comitê de ligação permanente reunindo estudantes do ensino superior e médio, e também jovens trabalhadores. 

Nós não queremos substituir a juventude e as organizações. Nós queremos ajudar a organizar a resistência, a retirar os obstáculos. Por isso que nas universidades, onde a exigência da reabertura imediata das nossas faculdades a todos que desejam estudar presencialmente, de retomar as nossas aulas cada vez mais, nós decidimos nos organizar para realizar e amplificar esse objetivo na Assembleia Geral. Nós chamamos todos os jovens a se reunir pelas suas reivindicações e se organizar. Achamos que agora não é a hora do “distanciamento social”, mas sim da reunião de todos os jovens engajados contra esse governo. Nós decidimos desde já de organizarmos um novo encontro nacional e de colocar em discussão, em todos os lugares, a perspectiva de uma mobilização nacional nesse governo do Macron, Vidal, e Blanquer contra essa política criminal.

Retirado do site do Comitê de Ligação dos Jovens pela Revolução na França

Traduzido por Natalia Martins, militante da JR UnB

DEIXE UMA RESPOSTA

Please enter your comment!
Por favor, digite seu nome