Depois de parar o Brasil, vamos juntos ocupar Brasília pela Retirada da Reforma da Previdencia

A paralisação nacional no dia 15 e as mobilizações no dia 31, ambas em março, significaram a abertura de uma nova situação em nosso país. Foram iniciativas convocadas pela CUT e outras centrais sindicais que ajudaram a preparar a histórica greve geral do dia 28.

O resultado foram categorias como metalúrgicos, bancários, professores de escolas públicas e privadas, rodoviários, metroviários, portuários, borracheiros, eletricistas, servidores públicos e em alguns locais o comércio parou, além de atos em várias cidades, capitais ou interiores.

Foi uma demonstração de unidade e de uma crescente força de mobilização que reflete a disposição da classe trabalhadora e da juventude em impedir a retirada de direitos a qual tantos golpistas querem emplacar. Só o governo e sua mídia golpistas tentaram esconder! Mas com certeza eles sentiram o impacto.

É preciso parar o país. Os piquetes ajudaram a materializar essa necessidade. Foi certa a decisão de jogar peso nas ações que garantia que não houvesse expediente ao invés de apenas chamar um ato ainda que eles também tenham tido sua importância.

A Juventude Revolução em vários estados se envolveu nessa tarefa. Ao lado dos sindicatos fez piquetes, trancou vias, panfletou e fez coluna em atos resultante de toda essa mobilização durante o dia.

Derrotar a reforma da previdência é possível e além de mobilização, exige atenção para não cair em armadilhas. Alguns parlamentares insistem em emendar o texto para torná-lo “menos pior” tentando salvar algumas categorias, na prática levando uma a se opor às outras. Está certa a CUT que rejeita as emendas e exige que a PEC seja retirada de tramitação para que não seja emendada e nem votada.

Em outro sentido se comporta a UNE, dirigida majoritariamente pela a UJS. Na greve foi apequenada, não mobilizou a base a partir de assembleias como deveria. Onde houve assembleias como na UFSC, UNB e outras universidades e faculdades o resultado foi um engajamento maior e piquetes nos locais de estudo. O surpreendente, é que nesta conjuntura que se cria a força capaz de retirar a reforma da previdência, é que a direção da UNE despende forças em um abaixo assinado para emendar a PEC da Previdência negociando a manutenção das isenções fiscais das instituições filantrópicas que ofertam as bolsas do programa. Nos fatos, é uma campanha que divide o movimento e enfraquece a luta. Só a luta conjunta pela retirada da PEC 287 pode afastar a ameaça às bolsas do Prouni, pois nada impede que outra emenda do tipo seja incorporada, se continuar tramitando. A melhor defesa para que estudantes não percam suas bolsas e, o melhor caminho para defender os direitos, inclusive dos estudantes do PROUNI, é somar forças na luta pela retirada para que não seja votada.

A PM e a Justiça tentam parar a mobilização

Diante da mobilização, o governador do Goiás, Marconi Perillo (PSDB) mandou a PM reprimir brutalmente ao ponto de um policial quebrar um cassetete na cabeça do estudante da UFG Mateus Ferreira da Silva resultando em um traumatismo cranioencefálico e múltiplas fraturas no rosto. Outro absurdo ocorreu na cidade de Mário Campos – MG em que a polícia sem mandato judicial invadiu a Ocupação Manoel Aleixo e atirou contra Nathaly Gabriela de 14 anos acertando a boca.

A repressão policial é encorajada a partir do momento em que avança a implementação do estado de exceção que vem se desenvolvendo desde a Ação Penal 470 a qual condenou sem provas líderes do Partido dos Trabalhadores. A operação Lava-Jato do juiz Sérgio Moro, fala em combater a corrupção, mas seleciona seus alvos, como dirigentes do PT, neste momento Lula, caminhando para destruir as organizações em que os jovens e os trabalhadores se apoiam para resistir aos ataques e ter conquistas, de modo a ter uma avenida aberta para passar trator em cima dos nossos direitos.

O FMI publicamente aplaude de pé a operação, não é por acaso. É necessário destacar que toda essa operação, que diz combater a corrupção, serviu para desmantelar os setores da economia nacional, como a Petrobras e a indústria naval, levando ao aprofundamento da recessão e do desemprego. Nesse cenário a reforma trabalhista cai como uma luva para os empresários, afinal, com muita facilidade poderia se demitir sem garantias de direitos, atacar conquistas como as férias e até aumentar a jornada de trabalho.

Nesse cenário de ebulição, o Lula depôs em Curitiba – PR no dia 10 de maio e junto com ele estiveram caravanas de todo país em manifestação de solidariedade e contra o ataque a democracia. Durante o depoimento de Lula, o que pudemos ver foi um julgamento político buscando meios de criminalizar não só Lula, mas o PT, um sinal do estado de exceção atual no Brasil, e que caminha para uma ditadura do judiciário.

É necessário abrir uma saída política!

Os resultados da operação lava-jato não é apenas o aprofundamento de uma crise econômica com também política. O ministro Edson Fachin determinou a abertura de inquérito contra oito ministros do governo Temer, 24 senadores e 39 deputados federais, entre eles os presidentes das duas Casas. Fica clara a desmoralização das instituições. O usurpador Temer está em descredito com menos de 4% de aprovação da população.

Neste momento, que o povo vê a podridão do sistema brasileiro, é preciso abrir uma saída política ao país. Estas mobilizações contra retirada de direitos é um importante momento para discutir a necessidade de uma Constituinte para revogar as medidas dos golpistas, reformar as instituições e reformas de base tão necessárias, como a política, agrária, tributária e da mídia e garantir ao povo brasileiro os seus direitos. Afinal de contas, quem irá revogar a PEC 55 de limite de gastos, retomar a partilha para garantir recursos do Pré-sal para Educação, revogar a MP 746 da (contra) Reforma do Ensino Médio, senão uma Constituinte? Esse Congresso de picaretas e corruptos não fará isso, muito menos uma Reforma Política.

Ocupa Brasília – Fora Temer, Pela Retirada da Reforma da Previdência

As 24h de greve deram condição de irmos mais além. De nossa parte, estaremos com a CUT no “Ocupa Brasília”, dia 24 de maio quando deve ocorrer a votação da Reforma da Previdência na Câmara dos Deputados. É o aquecimento dos motores para uma nova greve geral em um nível acima da última.

É hora de chamar os jovens, em especial estudantes, a partir de suas entidades fazer assembleias nos cursos para aderir a este movimento. A UNE e a UBES tem a responsabilidade de mobilizar desde a base do Movimento Estudantil propondo assembleias de massa para somar forças com a CUT, CTB e centrais na luta pela retirada das reformas e, assim, defender direitos dos estudantes do PROUNI e de todos os estudantes brasileiros.

Junte-se a Juventude Revolução e construa a tese “UNE é pra lutar!” nas eleições aos delegados ao 55º Conune.

 

CNJR – Conselho Nacional da Juventude Revolução

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