Hoje, vivemos a maior crise do sistema capitalista da história, com isso, a juventude vem sendo a maior vítima dessa crise política, que no nosso país se fortalece com o desastre que é o desgoverno Bolsonaro e ainda é agravada com a pandemia. Enquanto a taxa de desemprego entre os jovens beira os 30%, o governo intensifica ainda mais os desmontes dos serviços de saúde, serviços públicos e educação brasileira.
Com a autorização do MEC, instituições de ensino de todo o país foram liberadas para adotarem a modalidade de ensino remoto em decorrência da crise sanitária vigente no país. Com isso, enquanto os estudantes são prejudicados em meio à uma modalidade de ensino excludente (já que nem todos têm condições plenas de acesso aos meios de ensino) e sem qualidade, o governo ataca por debaixo dos panos cortando investimentos na educação.
É essa a realidade em que a UFAL está inserida atualmente: em decorrência dos cortes orçamentários do Plano Nacional de Assistência Estudantil (PNAES) que chegam aos 19% e dos atrasos dos repasses dos recursos do PNAES pelo governo federal para a instituição, os estudantes bolsistas da UFAL em situação de alta vulnerabilidade socioeconômica tiveram suas bolsas atrasadas por 2 meses consecutivos. Além disso, estudantes estão esperando desde 2019 pela convocação de mais bolsas de assistência estudantil, mas a instituição, que havia informado que os estudantes aprovados no edital nº 10/2019 seriam convocados a partir da Lei Orçamentária Anual de 2021, não realizou nenhuma convocação até o momento. Enquanto isso, estudantes que dependem dos auxílios permanência para a manutenção de suas despesas se encontram numa realidade caótica, sem dinheiro para pagar a internet, o aluguel ou até a comida do almoço ou da janta.
Nós da JRdoPT não aceitamos que os estudantes precisem escolher entre estudar ou sobreviver!
Por isso, iniciamos um movimento de mobilização em massa com os estudantes da UFAL para buscar soluções e reivindicar o pagamento das bolsas de assistência estudantil. Durante as mobilizações, convocamos uma reunião ampliada com os CA’s e estudantes do campus Arapiraca para discutir propostas de intervenção em conjunto, tendo como principal encaminhamento estimular a adesão à paralisação geral, impulsionada pelo DCE, que aconteceu no dia 29/03 em defesa da assistência estudantil e intensificar as mobilizações estudantis. Foram realizadas arrecadações em toda a comunidade acadêmica para confecção de faixas e cartazes que denunciavam a situação dos estudantes e cobravam o pagamento da assistência estudantil, que foram distribuídos pelas cidades com campus da instituição presente.
Além disso, organizamos com os estudantes um ato presencial no dia 29/03 na cidade de Arapiraca, onde fomos às ruas do centro da cidade para denunciar a situação e manifestar nossa indignação para a comunidade em geral, respeitando o distanciamento social e medidas preconizadas pela OMS.
Ao final da semana, as bolsas foram liberadas e os estudantes começaram a receber a assistência, provando que não há outro caminho que não seja o caminho da luta. Ainda assim, os estudantes aprovados no edital nº 10/2019 ainda estão sendo excluídos das contas. Exigimos a convocação desses estudantes!
Nós não iremos aceitar que os estudantes sejam colocados em segundo plano. Não podemos escolher entre estudar ou sobreviver. Por isso, exigimos ensino público de qualidade e para todos. A luta continua!
Marya, militante da JRdoPT em Alagoas
