Exército israelense destrói universidades em Gaza

No dia 17 de janeiro, o exército israelense pulverizou a Universidade al-Israa, demolindo o campus principal que, conforme denunciado pela própria universidade, havia sido ocupado e se tornou uma base terrestre para as forças de ocupação em sua invasão da Faixa de Gaza. Desde o começo do ataque militar, há mais de três meses, todas as universidades em Gaza foram destruídas de forma total ou parcial, além das mais de 346 escolas que foram igualmente bombardeadas neste período.

Desde 6 de novembro, as aulas foram interrompidas, e não há previsão de retorno enquanto as tropas sionistas massacram a população local, tendo vitimado ao menos 4 mil alunos e 231 professores e servidores dentre os 25 mil palestinos mortos até agora, segundo as Nações Unidas. Mesmo sob um cerco físico e econômico por mais de 75 anos, a juventude palestina tem buscado a educação, com uma taxa de alfabetização nacional de 91% e um acesso à universidade de 45% da população, de acordo com a UNESCO.

O extermínio perpetrado pelo Estado de Israel não vitima apenas vidas, mas também o futuro de todo um povo. Deslocados de suas casas, despossuídos do que tinham, e sujeitos ao bombardeio e a violência, a juventude da Palestina, que é maioria em Gaza, está em risco de se tornar “uma geração perdida”, nas palavras do comissário-geral da UNRWA, que auxilia os refugiados. Uma geração sacrificada pela política da guerra.

“Minha irmã estava no terceiro ano da Universidade Al-Quds, mas ela foi bombardeada. Meu irmão estava no último ano do ensino médio, na escola Khalil Al-Rahman, mas ela também foi bombardeada,” diz para a BBC o jovem Amir Mohammed Al-Najjari, de 22 anos, originário do norte de Gaza, agora refugiado com a família. “Eu terminei meu curso de engenharia. Se não houvesse guerra, eu teria uma entrevista de emprego e talvez teria sido aceito. Finalmente, tem meu irmão mais novo, que está no sétimo ano. Ele estudava na escola das Nações Unidas. Nada resta dela.”

Otavio Barboza, JRdoPT – DF

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