Jovens franceses se revoltam nas ruas após o assassinato de Nahel Merzouk

Attendees hold a banner reading "Justice for Nahel", during a commemoration march for a teenage driver shot dead by a policeman, in the Parisian suburb of Nanterre, on June 29, 2023. Violent protests broke out in France in the early hours of June 29, 2023, as anger grows over the police killing of a teenager, with security forces arresting 150 people in the chaos that saw balaclava-clad protesters burning cars and setting off fireworks. Nahel M., 17, was shot in the chest at point-blank range in Nanterre in the morning of June 27, 2023, in an incident that has reignited debate in France about police tactics long criticised by rights groups over the treatment of people in low-income suburbs, particularly ethnic minorities. (Photo by Alain JOCARD / AFP)

Uma onda de manifestações tomou as ruas da França após Nahel ser assassinado a tiros pela polícia francesa em Nanterre, região metropolitana de Paris. Nahel era um jovem de 17 anos, trabalhava como entregador, sonhava em ser mecânico. O promotor de justiça ligado ao caso afirmou à imprensa que nada de perigoso ou ilegal, como drogas ou armas, foi encontrado no carro do jovem, segundo o jornal New York Times. Segundo a BBC News, nem uma forte mobilização de forças policiais foi capaz de conter os protestos que já duram vários dias e revelam uma fratura no Estado Francês. Afinal, não estamos falando de um caso isolado. Para entender o tamanho dessa revolta é preciso dar voz aos jovens que estão cansados de desemprego, pobreza, falta de acesso à educação, violência policial. A morte de Nahel escancara uma verdadeira revolta com o sistema. Reproduzimos abaixo algumas declarações publicadas no jornal Libération, no dia 05 de julho:

 “Nós não temos nada, meu pai é lixeiro, eu não desejo terminar como ele e acordar as 5 da manhã e juntar a merda dos outros, é por isso que eu faço isso.”

“Senhora, que ficha [policial] futura? Eu não tenho futuro.”

‘Não há futuro aqui, não há nada. Nós não temos as boas escolas de Paris. Nós não temos bons lugares para ir também. No entanto, nós não estamos longe de Paris. O negócio é sair daqui, isso é o que queremos.”

“No começo o movimento parte de “justiça para Nahel”. Depois disso se transforma em justiça para nós, justiça para nosso bairro.”

“Cada um descarrega e extravasa um pouco de sua raiva de tudo: sobre a escola que não conseguem levar, sobre o estágio de emprego que lhes recusaram… É um conjunto de coisas que explodiu.”

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Referências:
Matéria do Libération: https://www.liberation.fr/societe/mort-de-nahel-il-faut-tout-cramer-pour-quon-parle-de-nous-cest-normal-ca-20230704_J3D47TYXDZDY5JI7J7CIJOT3SQ/
Matéria do BBC News: https://www.bbc.com/portuguese/articles/c039r0rde9po
Matéria do NY Times: https://www.nytimes.com/2023/06/29/world/europe/nahel-france-police-shooting-nanterre.html

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