A Juventude do Partido Trabalhista da Grã Bretanha (Young Labour) declarou seu apoio ao presidente Lula, e o transformou em seu presidente honorário.
Às vésperas de uma eleição decisiva no cenário político brasileiro, essa é mais uma manifestação importante a nível internacional, aumentando a força da candidatura do PT. O tradicional Labor Party (Partido trabalhista Britanico) teve milhares de filiações, sobretudo de jovens, após as eleições de 2015 quando o deputado Jeremy Corbin encabeçou a luta contra os cortes e as privatizações, política imposta pelo imperialismo através da União Europeia e sustentada pela antiga direção derrotada na disputa interna.
O apoio do Young Labour, sem dúvida, significa mais alguns braços e ainda mais fôlego para continuar uma ampla campanha pela vitória do 13 no dia 07/10/2018!
Lula é Haddad com Constituinte!
Confira a declaração na íntegra:
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Declaração do YOUNG LABOUR (Juventude do Partido Trabalhista da Grã Bretanha):
Porquê Elegemos Lula Nosso Presidente de Honra
3 de outubro de 2018
“não importa quantas rosas matem, eles nunca conseguirão impedir a chegada da primavera”.
Desde o início de abril, Luiz Inácio Lula da Silva, o ex-presidente, socialista, do Brasil, vem sendo mantido numa solitária com limitado acesso ao mundo exterior – após ter sido sentenciado a 12 anos de prisão. Durante todo período que levou sua prisão, ele foi submetido – e continua sendo – a um processo midiático, como parte de uma campanha de calúnias e difamações articulada e organizada pelas classes dominantes do Brasil contra o movimento dos trabalhadores, que luta contra os privilégios de tal elite.
A sentença contra Lula é violentamente desproporcional às acusações atribuídas a ele – que estão longe de serem inequívocas. A acusação central, baseada em delações premiadas – devidamente barganhadas – de empresários processados por corrupção, é que teria sido oferecido a ele um apartamento (o qual ele nunca usou). Mas a verdadeira razão para punirem Lula é que nos próximos dias o Brasil enfrentará uma eleição que terá profunda importância aos rumos futuros do país.
Nesta eleição, o candidato preferido pelos brasileiros reacionários é Jair Bolsonaro, um candidato de extrema-direita [que se apresenta como] “anti-sistema”. Bolsonaro, que abertamente se diz simpatizante da ditadura militar, promete continuar com todas as políticas neoliberais do presidente Michel Temer, que esteve envolvido no golpe “suave” contra a presidenta socialista Dilma Rousseff em 2016.
Depois de anular a vontade democrática 54 milhões de brasileiros removendo Rousseff, Temer colocou em marcha sua política de austeridade: ele impôs um congelamento de 20 anos nos gastos públicos, e deixou claro sua intenção de privatizar a empresa estatal brasileira de petróleo. Paulo Guedes, o cérebro econômico (treinado na universidade de Chicago) de Bolsonaro, pretende continuar essa trajetória e anuncia “privatizar tudo” como solução declarada ao “caos” da economia brasileira.
Todas as pesquisas eleitorais mostram que Lula era de longe o mais popular dentre todos os candidatos. Tendo sido um trabalhador sem formação acadêmica, militante sindicalista e uma figura política inata com grande experiência, Lula tem representado a resistência do povo brasileiro ao terrível futuro político a eles oferecidos pelo establishment político. Lula foi preso, e assim tem sido mantido, porque ele simboliza dignidade e progresso aos trabalhadores, camponeses e despossuídos do Brasil.
É por isso que estamos fazendo dele o presidente honorário do Young Labour (Juventude do Partido Trabalhista). Aqui na Grã-Bretanha, o movimento dos trabalhadores não ficará calado. Praticamente todos os nossos principais sindicatos deram firme e resoluto apoio a Lula e às nossas companheiras e companheiros do Partido dos Trabalhadores (PT).
O Young Labour (Juventude do Partido Trabalhista) espera que este pequeno ato simbólico de solidariedade se somará à onda de apoio que o PT já conquistou em todo o movimento dos trabalhadores ao redor do mundo. Também esperamos que isso ajude a aumentar a pressão internacional sobre o governo brasileiro para libertar Lula. Nós estendemos nossa amizade a todas as forças progressistas no Brasil, e desejamos boa sorte a Fernando Haddad, a quem todos nós firmemente esperamos que ganhe as eleições e que, assim, comece a reverter o ataque neoliberal que o Brasil está enfrentando.
Nossa luta por um mundo socialista não diz respeito apenas a grandes homens ou indivíduos inspiradores. Mas seja Marcos Ana [*] na Espanha fascista, Nelson Mandela no apartheid da África do Sul ou Lula no Brasil do século XXI, nossa luta pela dignidade humana pode se expressar através deles. Lula é uma figura imponente do movimento da classe trabalhadora e um ataque a ele é um ataque a todos os socialistas e democratas em todo o planeta. Ele precisa ser libertado!
Venceremos! Lula Livre!
Marcus Barnett (secretário de Relações Internacionais), em nome da Direção Nacional do Young Labour
[*] Marcos Ana: poeta espanhol e militante anti-fascista, foi o prisioneiro político que ficou por mais tempo (1938 a 1961) nos cárceres do General Franco.