“Não à guerra na Ucrânia”, diz nota de grupo de juventude francesa

Não à guerra na Ucrânia

O CLJR – Comitê de Ligação dos Jovens pela Revolução, um agrupamento francês, lançou esta nota contra a guerra na Ucrânia e a política de Macron, presidente da França, que se utiliza disso para atacar trabalhadores e juventude. Eles convocam para um ato em Paris no dia 20 de março. Reproduzimos a nota abaixo: 


A guerra está no coração do continente europeu. Kiev e as principais cidades da Ucrânia estão sendo bombardeadas pela aviação e artilharia russa. Em torno de 2 milhões de Ucrânianos se refugiam para fugir da guerra.

Os EUA e os principais países da Europa decidiram aplicar sanções contra a Rússia. Mas a primeira vítima é o povo russo. O rublo (moeda russa) já perdeu 40% do seu valor e a inflação, presente desde antes da guerra, explode em todo o país, assim como o preço das matérias primas.

O confisco das exportações de trigo russo e ucraniano podem levar à fome e miséria à população, principalmente na África do Norte e no Oriente-médio. Em apenas um dia, em 2 de março, o preço do petróleo aumentou em 30%. No dia seguinte o preço do gás subia 60%.

Os mercados financeiros estão em queda livre. No entanto, há uma exceção: o preço das armas registrou um salto espetacular, como os grupos franceses Dassault e Thalès, que viram suas ações aumentarem em 20%.

Isto não tem nada a ver com a democracia e a soberania nacional. Por trás da escalada da guerra há interesses econômicos colossais. Putin, ao decidir a invasão da Ucrânia, busca preservar e defender os interesses da oligarquia da qual ele é o presidente. Há várias semanas, a Otan reúne tropas e reforça sua presença militar nas portas da Rússia e da Ucrânia.

Macron aumenta o orçamento militar… e anuncia a privatização da Universidade

Todos os governos de estados da União Europeia anunciam um aumento inédito das despesas militares e na França, Macron acaba de anunciar o mesmo. Enquanto isso, ele anuncia que o preço pago pela população aumentará e que será necessário fazer sacrifícios. Ele tem em mente seu programa contra os trabalhadores e a população, principalmente contra a juventude: a universidade deve ser paga, portanto, privatizada; a seleção deve ser generalizada. 

Os povos não tem o que esperar dos governos que fazem a guerra. Nem o povo ucraniano, nem o povo russo querem a guerra. Na Rússia, apesar da propaganda desenfreada e repressão sistemática, manifestações tomam todas as grandes cidades, contra a guerra provocada por Putin, aqui às centenas, lá aos milhares como em São Petersburgo. Na universidade estadual Lomonossov de Moscou, 7.500 professores, técnicos e estudantes acabam de adotar um manifesto contra a guerra. Na Alemanha, as manifestações são cotidianas e massivas contra a guerra: 500 mil em Berlin, 250 mil em Colônia (Cologne), 150 mil em Hamburgo… 

A via da paz e da soberania dos povos não está do lado de Putin, nem do lado da Otan, ONU ou da União Européia. Ela também não está do lado de Macron que apela  para que se alinhem atrás dele, utilizando hoje a guerra como ontem utilizava a pandemia, para prosseguir com seu programa de destruição. É este o programa da sua candidatura para eleição presidencial. 

A candidatura de Jean-Luc Mélenchon para a eleição presidencial representa a ruptura com Macron e com o sistema, motivo pelo qual a CLJR (Comitê de Ligação de Jovens pela Revolução) desde já decidiu fazer campanha e chamar o voto em Mélenchon. Hoje, diante da guerra, diante da operação de união sagrada por trás de Macron e Otan, ele resiste.

Em 20 de março, Jean-Luc Mélenchon e União Popular chamam manifestação em Paris

Nós estaremos lá e chamamos a participação massiva.

Pela paz!

Nem Putin, nem Otan!

Nenhuma confiança em governos que promovem a guerra!

Contra Macron e sua política de destruição!

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