Não devemos escolher entre estudar ou comer! Exigimos Bolsa Estudantil!

A situação que a juventude brasileira se encontra é caótica. O desemprego beira os 30%, a violência policial só cresce, assim como o preço dos alimentos básicos, enquanto o governo demonstra um total descaso com a vida da população e com o serviço público, discutindo um decreto que na prática levaria à privatização do SUS e ameaçando não só os servidores, mas todo o serviço público através da PEC 32, a chamada Reforma Administrativa.

Em meio à isso, a evasão escolar tem avançado mais do que nunca. Com o agravamento da crise devido à pandemia do coronavírus, a suspensão das aulas presenciais e o aumento dos preços dos alimentos básicos para a sobrevivência, o que antes já era realidade no Brasil, se intensificou. De acordo com dados do PNAD Contínua 2019 divulgados no último mês de setembro pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) entre os jovens de 11 a 14 anos, o percentual de abandono era de 12,5%; já entre a faixa etária dos 15 aos 17 anos, o valor subia para 28,6%. Ao se analisar os dados entre pessoas dos 18 aos 24 anos, a situação era de 75% do total, sendo 11% atrasados e 63,5% que não frequentavam escola e não tinham concluído o ensino obrigatório. A pesquisa ainda apontava que para a maioria dos jovens, a evasão se deu por necessidade de trabalhar.

Em 2020 não foi diferente, muito pelo contrário, os resultados preliminares do Censo Escolar da Educação Básica, publicados em portaria do Ministério da Educação em setembro apontam uma queda de 470.545 matrículas no ensino básico nacional em comparação com os dados consolidados de 2019. As informações se referem às matrículas estaduais e municipais, incluindo creches, pré-escolas, ensino Fundamental, Ensino Médio e Educação de Jovens e Adultos (EJA).

Com as aulas suspensas e com os governos ignorando a reivindicação de condições sanitárias e testagem em massa para que a retomada aconteça, não se tem nem garantia de merenda escolar, que para muitos era a principal refeição do dia. Largada à própria sorte, a juventude precisa lutar diariamente, e muitos abrem mão da educação, largando a escola ou a universidade para poder trabalhar e ajudar a família a garantir comida na mesa.

Não devemos escolher entre estudar ou comer!

Nós da JRdoPT defendemos que a juventude possa estudar sem se preocupar se vai ter o que comer naquele dia. Por isso, propomos uma bolsa estudantil do ensino básico ao superior como forma de ajudar na renda da família trabalhadora e permitir o jovem continue na escola como medida emergencial. Essa medida, assim como a testagem em massa para o retorno das aulas presenciais, devem ser centro das campanhas do voto 13, mas além disso, devem ser uma reivindicação permanente dos estudantes, que precisam desse suporte, principalmente no momento difícil que enfrentam, agravado pelos ataques do governo Bolsonaro que se aproveita da pandemia para retirar direitos.

Por Bolsa Estudantil e por um futuro para a juventude, nesse domingo dia 15 puxamos o voto 13, mas a luta não acaba aí, pois além dos votos será necessário fortalecer a luta por esta pauta valendo-se de protestos, abaixo assinados, colagem de lambes e etc. E a luta não acaba até que possamos por um fim nesse governo Bolsonaro, inimigo da juventude e dos trabalhadores.

Márcia Damke, Conselho Nacional da JRdoPT (RS)

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