O exame teve cerca de 5,8 milhões de inscritos e acontece entre essa e a próxima semana em todo o país, menos no estado do Amazonas, onde estamos vendo as pessoas morrerem asfixiadas, sem oxigênio e leitos, pela política dos governos municipal, estadual e, especialmente, do governo Bolsonaro. Um cientista da Fiocruz-Amazônia alertava desde setembro a necessidade de reforços no combate ao coronavírus na região, mas nada foi feito.
A falta de combate ao vírus também vemos no ENEM. O governo não realizou uma campanha de testagem para dar segurança sanitária aos participantes. Dizem que reduziram a quantidade de alunos por sala, mas nada foi garantido. Depois de consultar os estudantes sobre a melhor data para realizar o exame (maio de 2021 foi a escolha) o governo marcou pra janeiro de forma arbitrária e ainda pressionou os municípios a manterem a prova dizendo que não asseguraria a realização posterior, em outra data.
Toda essa insegurança prejudica milhões de jovens que estão na busca por uma vaga no ensino superior.
Fazer a prova sem estudar?
Milhares de jovens abandonaram os estudos em 2020 seja pela necessidade de buscar emprego pra ajudar a segurar a renda em casa e a comida na mesa, seja pela falta de condições de acessar o ensino remoto precário com computador, internet e local adequado para o estudo. Mesmo entre os que cursaram o ano letivo remoto é comum a declaração “fiz mas não aprendi nada”. Os mais ricos com mais condição estudaram e vão ficar com as melhores vagas, os mais pobres estão sendo excluídos do acesso ao ensino superior. Até hoje não vemos um plano do governo que dê condições seguras para o retorno das aulas presenciais, em especial a testagem em massa pra controlar a circulação do vírus. A verdade é que esse governo genocida não quer garantir o nosso direito à educação. Pra eles é a gente morrer de fome ou de COVID.
O ENEM deveria ser adiado. A prova deveria ser agendada a partir de um calendário de retomada do ensino presencial com tempo adequado para os estudantes se prepararem. Já deu desse Bolsonaro destruindo nossos direitos e perspectiva de futuro. Pelo nosso direito à educação exigimos o fim do governo Bolsonaro. Vem com a gente nessa luta!
Hélio, membro do CNJR
