Outra vez, presidente da UNE defende frente ampla com inimigos!

​A presidente da UNE, Bruna Brelaz, deu entrevista ao jornal Folha de São Paulo onde afirma que “se queremos o Fora Bolsonaro precisamos dialogar com figuras antagônicas como o MBL”. Afirmou isso depois do fiasco dos atos de 12 de setembro. Bruna e outros diretores da UNE participaram desse ato. Quem não participou foi o povo, que em geral não cai na ilusão desses bolsonaristas mal arrependidos que ajudam o governo a atacar nossos direitos e destruir nosso futuro. O que impressiona é que ela defende a posição do PCdoB, da qual faz parte, pela frente ampla que não é a posição da UNE da qual ela é a presidente. Um absurdo defender algo que a UNE não decidiu.

​Como justificativa para as reuniões com FHC e ida ao ato do MBL ela diz: “O inimigo é Bolsonaro. Para que a gente consiga articular o impeachment, precisamos fazer uma reunião dos mais amplos setores, até os que combatemos”. Sim, é preciso ampliar, mas com que pauta e com quem? Esses que ela propõe são os que tiram direitos. Vamos juntar com Dória que cancelou matrícula de alunos que não tiveram acesso ao ensino remoto e privatizou hospitais? Estes são os golpistas que apoiaram o impeachment e junto com as instituições – como o Judiciário – pariram Bolsonaro. Eles não querem mudança: O TSE negou por unanimidade a cassação da chapa. É a postura da burguesia, levar Bolsonaro até 2022, onde alguns apostam na 3ª via. A desconfiança nas instituições como Congresso e Judiciário, bem como aos partidos, aumentou, como mostra pesquisa do DataFolha. Bruna deveria usar sua energia para aplicar a resolução do Congresso da UNE: “O governo vem mostrando ser o governo da morte, da anticiência, do obscurantismo e do aumento da pobreza e da desigualdade. Derrubar Bolsonaro e seu governo de militares e realizar uma reforma radical no Estado é a única forma de superar essa grave crise e salvar vidas”. Essa reforma só pode vir das ruas. Cedo ou tarde a vontade das ruas imporá a convocação de uma Constituinte.

​Os grupos do 12 de setembro não participaram dos atos de 2 de outubro convocados pela Campanha Fora Bolsonaro. Bruna explica que a manifestação não foi ampla porque “O debate eleitoral é muito forte. Se não dermos uma trégua vai ficar difícil de construir. Enquanto isso, Bolsonaro vai deslanchando.” Concordamos que não se deve esperar a eleição e deixar de ir às ruas agora. Para estreitar esse laço e encher as ruas é preciso dialogar sobre a crise que está nos sufocando. Lutar por bolsas estudantis e verbas para a educação, desmilitarização da PM e fim do genocídio da juventude negra. Não dá pra fazer isso com PSDB e MBL, que são aliados de Bolsonaro nessas pautas. Bruna ainda afirma que fará “um chamamento ao Lula para a frente ampla, as questões eleitorais precisam ser deixadas de lado para que possamos derrotar esse inimigo da democracia”. Ora, o Lula é a principal liderança popular no país, deveria liderar o movimento das ruas pelo fim desse governo autoritário, contra privatizações e a reforma administrativa, a carestia e a fome. Isso é o contrário da frente ampla.

O caminho para derrubar o governo está na mobilização de rua, dos setores populares e da juventude, a exemplo da luta dos bolsistas de PIBID e RP que exigem pagamento já e recomposição da verba da educação e da ciência. A nossa luta é por um futuro digno, com direitos, empregos e educação presencial de qualidade. Por isso não aceitamos o governo de Bolsonaro e seus generais, e nem trocá-lo por alguém mais “democrático” da 3ª via para continuar passando a boiada. Não é hora de inflar 3ª via. Tem que cair a ficha, Bruna! Frente ampla com nossos inimigos? Não em nosso nome!


Katrina

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