Pra revogar o NEM, é preciso enfrentar o Congresso

Reproduzimos aqui entrevista de Mandiel Torres, estudante do Centro de Ensino Médio 02 do Gama (DF) sobre a sequência da luta pela revogação do NEM. A escola esteve presente nas mobilizações do ano passado e segue mobilizada pra revogar essa reforma!

Em 2023 os estudantes foram às ruas exigir do governo federal a Revogação do NEM. Por que esse “novo ensino” é tão rechaçado?

O ensino é precário. Temos uma quantidade alta de matérias e muitas delas são inúteis. Perdemos tempo de matérias científicas para aprender outros conteúdos que deveriam ajudar no acesso ao mercado de trabalho. Mas a realidade é diferente. As escolas não estão preparadas para os itinerários. Professores não tem formação para ensinar esses “conteúdos”. O aumento das matérias levou a uma grande desorganização das escolas. Isso somado a outros problemas como a superlotação das salas, leva ao desinteresse e à evasão. Vários colegas que completaram 18 anos, inclusive eu, foram arbitrariamente transferidos para o noturno como forma da escola de combater a superlotação. Mas na verdade o problema é o NEM e o descaso do governo local.

O governo enviou ao Congresso um Projeto de Lei revogando os principais pontos do NEM. Os estudantes devem confiar nesse Congresso que nomeou o criador do NEM como relator do PL de Revogação?

Essa medida foi um ato de descaso com os estudantes. É claro que o Mendonça Filho não vai proceder de forma imparcial, em prol dos estudantes. O congresso não se importa com a situação caótica e improdutiva que as escolas públicas estão enfrentando. O movimento estudantil precisa retomar as ruas com força, e chamar atenção da mídia. Fazer manifestações para defender o PL do Revoga porque ele é uma melhora significativa para e educação, para os professores, para os estudantes do ensino médio e as próximas gerações.

A União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES) realizará seu 45º Congresso. O que a UBES deve fazer em relação ao NEM?

É um momento para estar dentro das escolas com palestras, debates e manifestações. É preciso dar voz aos estudantes, e discutir com a nova geração que entrou agora, o problema que é o NEM. União para mostrar que não são opiniões individuais. A união faz a força. Não vamos deixar de fazer nossa parte. Reunir milhares de estudantes será um passo importante para enterrar de uma vez esse projeto esdrúxulo.

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