PUNIÇÃO AOS CRIMES DA DITADURA! SEM ANISTIA AOS GOLPISTAS! DITADURA NUNCA MAIS!

No dia que completa os 60 anos da Ditadura Militar, inaugurada após um golpe contra as amplas mobilizações da época e o governo de Jango, milhares vão às ruas para dizer: Ditadura nunca mais!

É o caso dos que fazem, neste momento, o trajeto contrário ao do golpe, em manifestação iniciada no Rio de Janeiro, que se finaliza em Juiz de Fora-MG, de onde partiu o golpe de 64. Em outras cidades, como São Paulo, o dia de ontem já foi marcado por atividades.

A luta em defesa da memória da ditadura tem importância maior esse ano. Não só pela marca de 60 anos, que encerram mais uma década desde o golpe, mas por conta das consequências ainda sentidas da ditadura militar na nossa situação política hoje.

Sentimos a herança da ditadura quando a Polícia Militar faz chacinas contra o povo negro e periférico, que passam absolutamente impunes; sentimos esses efeitos também quando os generais se julgam detentores de um inexplicável direito de intervir na política, amparados no artigo 142 da constituição; sentimos, principalmente, a herança da ditadura militar quando vemos as instituições absolutamente apodrecidas que herdamos através da constituição feita pelos políticos da ditadura.

Isso aparece em alguns fatos concretos. Em primeiro lugar, no papel covarde que o exército cumpriu na tentativa de golpe do 8 de Janeiro. Há quem tente achar generais “democráticos” que se salvem, mas nós não entramos nesse bonde. Quem não tramou o golpe abertamente, não moveu uma palha pra impedir o esforço de destruição do governo popular de Lula. Em segundo, nos desenvolvimentos recentes da investigação sobre a morte de Marielle, assassinada por sua luta política em defesa da questão da moradia no RJ. Braga Netto,  general que foi candidato a vice de Bolsonaro e que já ameaçou golpear o STF na época da prisão de Lula, foi quem nomeou o mandante do assassinato pra Policia Civil, um dia antes da morte de Marielle! Está claro: é preciso punir os generais.

Mas a memória é algo que fazemos no presente, e as forças políticas de hoje tem responsabilidade sobre como lidam com essas instituições herdadas. Comemorações do golpe, como a feita pelo general Hamilton Mourão, são desprezíveis. Mas, no nosso campo, é preciso também uma posição combativa contra esse entulho antidemocrático.

Por isso, consideramos absolutamente equivocada a posição do presidente Lula, que disse “não querer remoer o passado” e, mais recentemente, homenageou um almirante indicado como responsável por torturas pela Comissão da Verdade. O mandato que Lula recebeu do povo, pra revogar os ataques contra os direitos dos trabalhadores e da juventude, de resgate da soberania nacional e da democracia só pode ser levado ao fim enfrentando a herança maldita da ditadura. A forma de fazê-lo, hoje, passa por um movimento que chegue à convocação da Assembleia Constituinte Soberana, o que nunca houve no Brasil.

Por isso, a Juventude Revolução do PT se integra aos atos dos 60 anos do golpe; Ditadura nunca mais! Punição aos crimes da ditadura e aos generais golpistas do 8 de Janeiro!

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