Na última segunda-feira (08/07) a JRdoPT esteve junto da Rede Nacional de Estudantes em Defesa da Palestina (RNEAP) Rio Gramde do Sul no Debate entre as candidatas à Reitoria da UFRGS para realizar a entrega do manifesto de fundação da RNEAP, junto de uma carta aberta escrita pela seção gaúcha da Rede, pedindo para que todas as chapas candidatas se comprometam publicamente a romperem todas as relações com Israel, universidades e empresas públicas e privadas israelenses. Na carta, aponta-se que entendemos ser inaceitável a manutenção do acordo firmado em 2018 entre a UFRGS e a AEL, empresa responsável pela construção dos muros do apartheid israelense e que produz tecnologias de bombas e armas para Israel. “A RNEAP – Rede Nacional de Estudantes em Apoio a Palestina (@rneap.brasil) – entregou uma carta a cada uma das 3 chapas pedindo o compromisso com rompimento de acordos entre a UFRGS e universidades de Israel, além de acordos com a AEL/Elbit Systems.
Segue abaixo o documento mencionado:
CARTA ABERTA ÀS CANDIDATAS À REITORIA DA UFRGS: PELO FIM DAS RELAÇÕES COM O ESTADO DE ISRAEL E COM A AEL/ELBIT SYSTEMS!
Há 75 anos o Estado de Israel tem promovido a ocupação ilegal do território da Palestina, o que vem se acentuando desde a última ofensiva liderada por Netanyahu em Gaza, com o assassinato de aproximadamente 42 mil palestinos no intervalo de 6 meses. Nesse mesmo período, houve o deslocamento de cerca de 2 milhões de palestinos (cerca de 85% da população), que agora vivem majoritariamente em campos de refugiados localizados no sul de Gaza.
Os bombardeios expuseram todo o povo palestino à destruições, fome, doenças e falta de tratamento devido ao colapso do sistema de saúde e falta de insumos médicos, além de acabar com todas as universidades em Gaza e quase toda a infraestrutura escolar. Nesse ponto, é importante destacar o papel que a cooperação internacional desempenha na sustentação política que tolera e auxilia na violência de Israel sobre o povo palestino, bem como do apoio material em disponibilizar as estruturas desses países para o desenvolvimento de armas e tecnologias a serem usadas na limpeza étnica que tem sido promovida.
Destacamos que a Universidade Federal do Rio Grande do Sul, autarquia pública que deve se submeter aos comandos constitucionais de solidariedade e respeito entre os povos, tem desempenhado um papel de relativa importância desde o ano de 2018, quando firmou acordos de cooperação com a empresa AEL/Elbit Systems, empresa que produz o fósforo branco (cujo uso por Israel foi denunciado pela Human Rights Watch) é também responsável pela construção dos muros do apartheid israelense e por colônias ilegais na Cisjordânia, além de fabricar drones e caças usados pelas forças de Israel, os quais têm bombardeado Gaza, Cisjordânia, Síria e Líbano nestes últimos meses.
Além disso, é de conhecimento público que os territórios palestinos funcionam como laboratório para indústrias israelenses testarem armamentos e outras tecnologias que posteriormente serão vendidas e usadas no extermínio da população negra e pobre de favelas brasileiras e de outros Estados latinoamericanos.
Sendo assim, nós, da Rede Nacional de Estudantes pela Palestina, entendemos que é inaceitável que a estrutura e o conhecimento produzido pela comunidade acadêmica da UFRGS, que, como enfatiza-se no próprio site da Universidade é “instituição pública a serviço da sociedade e comprometida com o futuro e com a consciência crítica, respeita as diferenças, prioriza a experimentação e, principalmente, reafirma seu compromisso com a educação e a produção do conhecimento, inspirada nos ideais de liberdade e solidariedade”, sejam usados pelo Estado de Israel e suas empresas privadas para promover a destruição da rede de educação da Palestina e no genocídio do seu povo.
Diante disso, exortamos todas as Chapas que concorrem à reitoria da UFRGS a se comprometerem publicamente com a comunidade universitária e gaúcha a empreender todos os esforços para que a UFRGS rompa toda e qualquer relação com o Estado de Israel, suas Universidades e suas indústrias bélicas, em especial a AEL/ELBIT SYSTEMS.
Carta Aberta da Rede Nacional de Estudantes pela Palestina (RNEAP) – Seção gaúcha.
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Alessandra Damke (JRdoPT Porto Alegre/RS)