Entre os dias 15 a 17 de novembro, estudantes universitários se reuniram no 17º Encontro Nacional da Juventude Revolução do PT para discutir a reconstrução da nossa intervenção junto ao movimento estudantil universitário, de forma independente e sob a base da democracia nas entidades. Após discussão no grupo de trabalho universitário, a Juventude Revolução decidiu aprovar o seguinte chamado a todos os estudantes da educação básica ou técnica:
Construir a RNEAP, pelo fim dos acordos acadêmicos e diplomáticos com Israel!
O genocídio que se arrasta há mais de um ano, e que possui como principal vítima o povo palestino, demonstra como o capitalismo é um sistema podre e falido, que tem o único objetivo gerar lucro, mesmo que tenha que arrastar a humanidade para a destruição. Lutar em defesa dos povos é uma tarefa histórica da Juventude Revolução do PT e, com isto em mente, fomos uma das principais impulsionadoras do movimento que criou a Rede Nacional de Estudantes em Apoio à Palestina (RNEAP).
A Rede é um movimento que reúne jovens estudantes de várias origens políticas em todo o Brasil, e tem como objetivo o fim dos acordos estudantis, diplomáticos e políticos com Israel, o algoz dos palestinos. Desenvolvemos a intervenção, junto da RNEAP, buscando dialogar com estes jovens que não suportam o sistema que permite a continuidade deste genocídio e que querem organizar-se para seguir na luta pra superar o sistema capitalista. Consideramos a questão palestina um divisor de águas na luta hoje.
No terreno universitário, a luta pelo fim do genocídio se coloca através da reivindicação de “Fim dos acordos acadêmicos, militares e diplomáticos!”, que dezenas de universidades possuem com empresas israelenses e com o próprio estado de Israel. Uma ferramenta para essa exigência é o abaixo-assinado da RNEAP, colhido em banquinhas e atividades gerais.
O resultado político é extremamente positivo. Agrupamos em torno dessa luta em algumas universidades, como na federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e na Universidade de Brasília (UnB). Nesses locais, o movimento já conseguiu alguns avanços contra as empresas israelenses. Nos apoiamos nesses exemplos para dar continuidade a luta contra esses acordos!
Retomar as entidades estudantis para a luta!
A União Nacional dos Estudantes (UNE) é uma entidade histórica, que possui a responsabilidade de fortalecer a luta dos estudantes pelas suas reivindicações. É necessário ajudar os estudantes a retomar suas entidades para a luta, organizando as reivindicações dos estudantes. A qualidade da educação, bolsas, política de permanência e ouros direitos dependem da recomposição do orçamento da educação e deve ser exigida pelas entidades.
Após 2 anos de governo Lula, a União Nacional dos Estudantes assumiu uma postura subserviente em relação ao governo e desenvolve uma política chapa branca, bloqueando as reivindicações dos estudantes que se dirigem ao governo. É necessário que a UNE, a UBES e a ANPG sejam independentes perante governos e reitorias.
A JRdoPT, enquanto organização autônoma, deve realizar um combate para ajudar os estudantes a recuperar suas entidades para a luta. A UNE, UBES e ANPG, os centros acadêmicos e DCEs, não devem ser subservientes à governos e nem se configurar como meras frentes de organizações e partidos. Nossas organizações devem estar ao lado dos interesses dos estudantes e funcionar como sindicatos, abertos a serem ponto de apoio para a luta de qualquer estudante que queira discutir e tomar iniciativas. A JR deve planejar sua construção no movimento estudantil, discutindo o papel das entidades e organizando o combate pela sua independência e democracia.
A JRdoPT deve construir chapas, com discussão ampla e em pé de igualdade com qualquer estudante, organizado ou não, a partir de um programa político claro, dialogando com os interesses e as reivindicações dos alunos. Um exemplo de atuação sob esses princípios foi a intervenção dos militantes da UESB, que garantiu o direito à diplomação para os estudantes de jornalismo, demanda de longa data dos estudantes do curso, conquistada a partir da luta organizada da Juventude Revolução no Centro Acadêmico de Jornalismo. São conquistas como essa que podem se multiplicar a partir do nosso combate nas universidades e escolas.
A JRdoPT tem um compromisso para o próximo ciclo de lutas: dialogar com a juventude das universidades e construir um programa combativo e independente a partir das demandas concretas. Esse é o único caminho para fortalecer nossa luta e permitir que as vozes dos estudantes de todo o Brasil sejam ouvidas.
No próximo período, é preciso uma virada de chave na intervenção estudantil universitária, combatendo a estrutura burocratizada das entidades que não organizam a luta. Buscaremos construir entidades fortalecidas, independentes e capazes de expressar os anseios dos estudantes!
A luta é pelo orçamento!
O arcabouço fiscal e a política do déficit zero do atual governo servem como empecilho para o envio de recursos para as universidades, gerando atraso e cortes no pagamento das bolsas de assistência e permanência estudantil, sucateamento das estruturas acadêmicas e até mesmo a manutenção de cursos. Essa política atrapalha o desenvolvimento de pesquisas e a permanência dos estudantes mais pobres nesses espaços.
O acesso dos estudantes à uma educação de qualidade é direito, do qual não abriremos mão. A manutenção destes espaços, a garantia de verba para estrutura, pagamento dos docentes, bolsas de permanência e benefícios estudantis etc. é de obrigação do governo federal, que deve indicar orçamento que se adeque às necessidades dos estudantes, e não do mercado. Não seremos reféns de emendas parlamentares que sequestram o orçamento público em prol de interesses, e muito menos imploramos aos que votam diariamente contra os nossos direitos para garantir algo que é nosso!
A JRdoPT deve travar a luta na defesa e reivindicação de mais orçamento para a educação. A partir desta demanda, devemos nos debruçar em construir uma atividade constante, em debates, rodas de conversa, etc…, passando por intervenção em congressos estudantis buscando a recomposição do orçamento das universidades, pelo fim do corte de investimentos na educação, pelo fim da política do déficit Zero, do Arcabouço Fiscal e contra as emendas parlamentares. É de responsabilidade da direção da organização orientar e auxiliar os militantes na construção deste calendários e de cada militante em seu espaço de intervenção a busca pela continuidade deste movimento adequado à realidade dos cursos e locais.