Resolução sobre a luta da juventude negra

A situação para a população negra no Brasil está cada vez mais violenta, principalmente para a juventude. O racismo que está impregnado na estrutura do país, bem como em suas instituições, se desdobra de diversas formas: falta de empregos, negação de educação pública de qualidade, fome, intolerância religiosa, falta de espaços de cultura, esporte e lazer, etc.

Porém, a que a que mais ameaça a vida de jovens negros e negras é a Polícia Militar, a principal ferramenta de repressão do estado, bem como de outras forças de segurança que, cada vez mais, assumem um papel similar ao da PM, como é o caso das guardas municipais militarizadas, que estão sendo armadas pelas prefeituras. De acordo com o IBGE, 30% das guardas municipais do Brasil já utilizam armas de fogo. Isso só demonstra a escalada da violência que afeta principalmente a população negra, que é a que mais morre no país. É necessário colocar um fim na Polícia Militar e nas guardas municipais militarizadas!

O genocídio na Palestina tem impacto direto na realidade brasileira, já que as armas fabricadas para a guerra depois serão vendidas ao governo e utilizadas pela polícia em assassinatos e chacinas nas periferias, onde as principais vítimas são jovens negros. O Brasil já é um dos países que mais compra armas de Israel e, mais do que isso, de acordo com um estudo da própria PM, os fuzis produzidos pelos Estados Unidos e por Israel abastecem a guerra entre o tráfico e a milícia no Rio de Janeiro. Mais de 55% dos fuzis apreendidos vieram desses países. Armas de guerra para uma polícia com um treinamento de guerra: qual é o fim? Ceifar a vida da população negra e fazer uma limpeza racial!

E o que mais se destaca nesses casos é a impunidade. Uma recente pesquisa mostrou que um policial militar tem menos de 2% de chance de ser condenado por homicídio em São Paulo, ou seja, a falta de punição e a conivência dá suporte para os assassinatos que terminam sem solução satisfatória por falta de investigação. Isso tudo com o aval das instituições brasileiras, que protegem as castas militares e reforçam a estrutura racista em várias camadas institucionais. A Operação Escudo (SP), em 2023, a chacina do Cabula (BA), em 2015, e o massacre do Jacarezinho (RJ), em 2021, são só alguns exemplos de atos brutais cometidos pela polícia que exemplificam uma realidade dolorosa: no Brasil, negros tem 4 vezes mais chances de serem mortos pela polícia! É por justiça que é preciso que haja investigação federal dos crimes de chacina e punição para todos os envolvidos!

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