Após a PNJR o combate continua!

Reunido no último dia 11 de setembro, jovens de diferentes estados e regiões do país participaram da Plenária Nacional da Juventude Revolução do PT. A plenária que aconteceu de forma híbrida, proporcionou aos delegados e convidados desenvolverem uma discussão de fôlego, que colocasse o problema do combate ao governo Bolsonaro ligado às questões diárias que a juventude vem sofrendo. A partir de experiências concretas que os núcleos da JRdoPT vêm tendo pelo país a discussão permitiu que ações fossem tiradas para a continuidade da luta.

Após o informe de abertura, foram divididos grupos de debates presenciais e online, que se debruçaram sobre três eixos centrais: emprego, violência e educação. Apesar de serem temas distintos, todos os três trazem conexões fundamentais que estão na ordem do dia para organização da juventude no combate ao governo Bolsonaro.

Abaixo um resumo das discussões apresentadas nos grupos:

1- Emprego:

Com o alto índice de desemprego, que afeta principalmente a juventude, os trabalhos que estão disponíveis aos jovens são os de subempregos. Muitos jovens trabalham em empregos uberizados (sem direitos) e os que não estão trabalhando, fazem bicos, correm atrás de aplicativos como Tik-Tok, Kwai, que prometem dinheiro nas visualizações e novas inscrições. O desemprego abre caminho para que os jovens sejam alvos fáceis ao aliciamento do tráfico de drogas por exemplo. Com os pais desempregados, alguns jovens deixam de estudar para ajudar em casa, mas não conseguindo emprego, acabam aumentando a bola de neve familiar, afundada em dívidas e sem o básico para sobreviver.

Os ataques recentes do governo Bolsonaro, com sua PEC 32, defendida à unhas e dentes por Paulo Guedes, reflete também na juventude. Com a aprovação da PEC, os concursos públicos se tornarão cada vez mais raros. O combate à PEC não diz respeito apenas aos servidores, mas também à própria juventude, que verá concursos acabando, serviços públicos sendo destruídos. A JRdoPT combaterá pela defesa de empregos com direitos. Não aceitamos a velha conversa, defendida por Bolsonaro ainda em sua campanha, de “ou se tem direitos, ou se tem emprego”. Queremos empregos e queremos direitos! Nesse sentido, ações nos bairros — como discussão nas associações de moradores, reuniões ampliadas com grupos de jovens para discutir ações e organizar a exigência dos governos, para que tomem medidas que garantam à juventude renda, neste momento de pandemia, é fundamental. Reivindicações como o auxílio emergencial de R$600,00, por exemplo, pode ser um desses combates.

2- Violência:

Os relatos sobre violência são alarmantes e os dados recentes publicados pelo Atlas da Violência confirmam. Quando vemos que nos últimos 10 anos, 333 mil mortes no Brasil foram de jovens, 53% de adolescentes, estamos diante de toda uma geração perdida. Contra a violência da qual a juventude está exposta, é preciso avançar em medidas como a questão da desmilitarização da polícia, reformulação das instituições políticas do país, que trazem um DNA herdeiro da ditadura e da escravidão. O encarceramento da juventude preta, é uma discussão importante, por exemplo.

Para além disso, é preciso avançar na discussão dos aparelhos públicos de cultura, lazer e educação que podem tirar a juventude das ruas e colocá-la fora de contato com a violência. Por isso é importante a iniciativa, como em Santos Dumont -MG, que a JR vem organizando o combate pela construção da pista de skate na cidade, que tem verba destinada, mas a prefeitura não toma medidas. Outra ação é a do núcleo do Gama/DF que debate a realização de eventos culturais exigindo a reativação de um importante espaço cultural da cidade, o Cine Itapuã.

Proporcionar acesso à cultura e lazer é uma forma eficiente de tirar a juventude das ruas, onde fica exposta à violência, e colocá-la em espaços onde possa desenvolver seus talentos, sua criatividade e se expressar. É um modo possível de protegê-la. O governo Bolsonaro é inimigo da cultura e da arte e isso fica claro com exemplos recentes como o incêndio da Cinemateca, a falta de verbas para recuperar o Museu Nacional no Rio de Janeiro, entre outros. Por isso é fundamental à JR, incentivar batalhas de MC ‘s, break, grafite, sarau, slam, entre outros, como formas possíveis de organização desses vários jovens pelo país, para terem acesso à cultura e lazer e, principalmente, combater o governo Bolsonaro.

3- Educação

Após 18 meses de pandemia não há dos governos, da esfera federal à municipal, medidas de segurança que garanta, de fato, o retorno das aulas presenciais. O que está em jogo nesta situação? Os governos aproveitam a pandemia para atacar e acabar com nosso direito à educação. O “corpo mole” para retomada das aulas presenciais é resultado desse ataque. Querem a juventude sem educação, fora das escolas e se aproveitam para aprofundar a destruição do ensino de qualidade.

Em Volta Redonda, por exemplo, o prefeito quer fechar turnos e turmas de ensino médio. A JR esteve no front desta discussão. A retomada das entidades estudantis foi muito discutida. Desde o começo da pandemia, milhares de CAs, DAs e DCEs estão de portas fechadas, enquanto os estudantes são afetados, principalmente, nas redes privadas, onde as universidades cobram taxas abusivas. Nesse sentido, experiências como a da JRdoPT na UFF, retomando uma discussão com os estudantes sobre suas necessidades, levou à conclusão da retomada do DA de Biologia, o DALA. Ou, por exemplo, no CAPOL, CA de ciências políticas da UnB, que a JR, disputando as eleições, retomou a entidade para a luta. Ainda podemos citar a experiência do núcleo do Gama-DF que foi panfletar na porta das escolas que tiveram retorno presencial onde os estudantes nos falam de vários problemas que tem dificultado o acesso à escola, problemas sobre o qual podemos organizar luta para ajudar a solucionar.

O questionamento sobre os atos do dia 12, onde diretores e a presidente da UNE estiveram presentes ao lado do MBL, também foi discutido. Quem deu à eles mandato para estar lá em nome da UNE? O ENEM mais branco da história, marca o nível de destruição deste governo. Para o combate, é urgente retomarmos entidades estudantis, de grêmios à DCEs, organizando a juventude para defender seu direito à educação e combater Bolsonaro.

Transporte Público:

Nos três temas que foram debatidos, um ponto em comum era o do transporte. A juventude sem emprego, não tem dinheiro para pegar ônibus, inclusive, para que possa entregar currículos e procurar empregos. Sem transporte público, a juventude fica sem acesso à cidade, à cultura, ao lazer – pontos importantes para discussão em relação à violência – e, sem transporte, como a juventude irá estudar?

Em vários estados, durante a pandemia, os governos diminuíram o número de ônibus nas cidades, usando como argumento que, sem aulas, não precisa de transportes. Porém, em vários municípios, como por exemplo Joinville, as aulas estão retornando, mas o transporte continua faltando.

A defesa do passe livre estudantil para a juventude é fundamental, a defesa de passagens solidárias, com preços mais acessíveis aos jovens desempregados — que não são mais estudantes — é urgente! A JR tem desenvolvido várias iniciativas em vários estados como MG, RS, SC, DF, entre outros, lançando campanhas nas ruas com lambes, panfletagem e reuniões. É preciso exigir dos governos o aumento das frotas, passagens mais baratas e acesso ao transporte de qualidade para a juventude.

O retorno das discussões

Agora o desafio é após a plenária, nas reuniões de retorno, que discutirão nos núcleos o que fazer daqui pra frente, traduzir medidas e ações que a JRdoPT possa tomar para ajudar a organizar as lutas em nossos estados e cidades. Combater o governo Bolsonaro é fundamental para abrirmos caminho para um futuro à juventude. Por isso, a JRdoPT através dos seus núcleos, se coloca em combate convidando todos os jovens que queiram resistir, se organizar e combater!

Venha com a gente.


Jeffei, Márcia Damke, Amanda Leal

(Mandatados pelos delegados do PNJR para preparação do resumo dos grupos)

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