Em meio a pandemia que aterroriza o mundo, um longo e grave problema persegue a juventude negra e pobre das periferias do Brasil, o genocídio. Dois dias após o brutal assassinato do garoto João Pedro, a máquina assassina do Estado, age novamente. O episódio desta vez se deu durante a distribuição de cestas básicas na Cidade de Deus, periferia do RJ, onde tirou a vida de João Vitor da Rocha de apenas 18 anos!
Moradores relatam que a polícia chegou atirando no bairro, o que obrigou quem estava na rua a se esconder nas casas dos vizinhos. Um dos jovens que participava da entrega das cestas básicas gravou um vídeo dirigido ao governador Wilson Witze (PSC). “Estamos aqui trazendo cestas básicas pras famílias, tentando fazer o que o Estado não faz, que é levar comida pras pessoas[…] O Estado só leva isso aqui pra dentro das favelas, bala”.
A fala do jovem reflete a realidade das periferias brasileiras, que convivem com o dilema triplicado, morrer de fome, de coronavírus ou na bala da polícia? Falta de auxílio emergencial para boa parte da população, falta de leitos e equipamentos nos hospitais e balas de sobra nas armas das polícias.
É o retrato do Brasil de Bolsonaro e seu comparsa do RJ, Witzel, dois defensores do projeto anti-crime, que queria isentar a polícia da punição pelos seus assassinatos (excludente de ilicitude). Esse sistema está podre, assim como a estrutura da Polícia Militar que é uma herança da ditadura militar. E é pela vidas destas pessoas que se faz tão necessário a desmilitarização da PM, pois não podemos aceitar essas barbárie.
Mas isto não será feito por este Congresso e muito menos por este governo infestado de militares. Mais do que nunca precisamos lutar pelo Fora Bolsonaro e pôr um fim neste governo autoritário, e só o povo organizado pode dar fim a ele para que a juventude e o Brasil possam ter uma perspectiva de futuro.
Matheus – militante da JRdoPT