Em 1857 operárias de uma indústria têxtil localizada em New York entraram em greve geral para exigirem a redução da jornada de trabalho de 16 horas para 10 horas por dia e paridade salarial, no percurso da greve as operárias em 8 de março ocuparam a fábrica para pressionar que reinvindicações fossem atendidas, e nessa mesma fábrica foram presas e se deflagrou um incêndio, onde 130 mulheres morreram queimadas.
Em 08 de março de 1907, houve uma grande manifestação em memória à greve de 1857, essa manifestação ficou conhecida como Marcha da Fome, onde mulheres trabalhadoras saíram novamente as ruas reivindicando melhores salários e redução da jornada de trabalho. Em 1910 Clara Zetkin no II Congresso Internacional de Mulheres Socialistas, propôs que fosse criado no dia 08 de março o dia internacional da mulher trabalhadora em memória das lutas que foram travadas e das que ainda estariam por vir.
E em 1977 o Dia Internacional da Mulher foi adotado pelas Nações Unidas e foi instituída a cor lilás para representar a data, cor que supostamente as operarias usavam. Bem sabemos que tal organização serve ao imperialismo e de forma oportunista com a mídia burguesa se esforça para transformar o 8 de março numa data comercial, vende-se presentes e a ideia de que a mulher já não sofre mais nenhuma exploração junto com o feminismo burguês que também tenta se apropria da data, tentando igualar a mulher operaria com a mulher empresária, latifundiária e burguesa.
Sabendo disso o Núcleo do Gama da Juventude Revolução – DF, no ultimo sábado realizou um cine-debate sobre o dia da mulher para discutir e nos apropriarmos do 8 março vermelho que saúda as mulheres trabalhadoras e suas lutas, e repudiar o 8 de março lilás que marca uma data comercial e fútil.
Em nosso debate discutimos ainda sobre o papel das mulheres na luta de classes e o por que nos principais enfrentamentos as mulheres estiveram na linha de frente, já dizia Leon Trotsky “Aqueles que lutam com mais energia pelo novo, foram os que mais sofreram com o velho” ou seja em geral em processos revolucionários os setores mais explorados da população se põem na linha de frente, o que justifica o engajamento das mulheres na revolução russa, na comuna de paris, em greves trabalhistas e entre tantas outras lutas.
Também discutimos na base do curta ‘’Majorité Opprimée’’ que faz uma critica a sociedade patriarcal e machista apoiada pelo sistema capitalista, as principais ofensivas as mulheres trabalhadoras, que são vigentes das leis do sistema explorador, que tenta impor que as mulheres assumam certos papeis na sociedade estimulando a divisão do trabalho por gêneros e a submissão.
Terminamos o debate reafirmando que somos contra toda e qualquer tipo de exploração, defendemos uma sociedade sem discriminação de gênero com igualdade salarial entre homens e mulheres, mesmo salário pra a mesma função, por creches públicas com qualidade e período integral para que a mulher estudante ou trabalhadora não seja obrigada a optar entre a maternidade e seus estudos ou trabalho, pelo fim da violência doméstica e contra a mercantilização dos nossos corpos e de nossas vidas, por um estado laico contra a imposição religiosa e do estado que tenta submeter às mulheres, pelo direito ao aborto e contra o Estatuto do Nascituro que tenta controlar nossos corpos e traz a institucionalização da violência sexual.
Beatriz Gomez – é militante da Juventude Revolução em Brasília e membro do CNJR.