Michael Brown, um jovem negro de 18 anos, foi morto com seis tiros por um policial branco em Ferguson, cidade estadunidense em Missouri, no dia 09 de agosto. Desde então uma série de manifestações – duramente reprimidas pela polícia – tem mobilizado a comunidade negra da cidade e de outros lugares do país, que exige a detenção e julgamento do policial, Darren Wilson. Segundo testemunhas, Brown foi alvejado na rua, parado, com as mãos para cima.
Leslie McSpadden, mãe do rapaz, foi perguntada de que forma a cidade de Ferguson sairia dos centro das atenções. “Com justiça. Com a detenção deste homem e responsabilizando-o pelas suas ações.”
É o mesmo desejo de inúmeras mães brasileiras, negras, pobres, da periferia, que também perdem seus filhos pelas mãos de uma polícia racista.
A família de Brown não confia na polícia para investigar a morte, e tem contado com o apoio de um especialista, com razão. A organização política estadunidense “Socialist Organizer” com quem a JR colaborou na edição do Boletim Internacional da Juventude, defende uma marcha nacional em Fergurson para exigir justiça, o que poderia ser dar através da convocação de um comitê de investigação civil e independente, com poderes de intimação.
A revolta na comunidade é agravada pela situação econômica. Muitos postos de trabalho em indústrias como de automóveis e aço foram perdidos, com fábricas inteiras sendo fechadas. A taxa de desemprego geral atinge 20% – é o dobro disso entre jovens negros!
Os casos de assédio e abusos policiais entre jovens negros são comuns. O condado de Sant Louis, onde fica Ferguson, tem um histórico de brutalidade: no ano passado, por exemplo, Anna Brown morreu em custódia da polícia. Mas o racismo não está entranhado apenas na polícia do Missouri, e sim de todo os EUA, um país marcado pela segregação racial.
Justiça para Michael Brown, para que não mais aconteça!
Priscilla Chandretti, é militante da JR-SP