Ato público pela punição aos crimes da ditadura militar lembra operário torturado e morto em 1970
Escrito por: CUT Nacional
Convocado pela Comissão da Verdade Rubens Paiva e por várias entidades, o ato, realizado no mesmo local onde ocorreu a manifestação de 1º de Maio de 1970 na qual o operário Olavo Hanssen foi preso e depois torturado e morto pelos agentes da ditadura, contou com o apoio dos sindicatos dos químicos de São Paulo e do ABC, além da CUT-SP.
Olavo Hanssen foi membro da Oposição Sindical Metalúrgica de São Paulo e depois operário nas indústrias químicas de Santo André, tendo militado no Partido Operário Revolucionário – Trotskista (POR-T) de 1961 até sua morte com 32 anos em 1970. Antigos companheiros seus vieram de Brasília e do Rio Grande do Sul especialmente para participar do ato.
Em nome da CUT nacional, Julio Turra falou na mesa de abertura, destacando a criação da Comissão da Verdade e Justiça da central e exigindo a punição de todos os crimes cometidos pela ditadura militar no Brasil, sem o que não haverá uma verdadeira democracia em nosso país.
Uma segunda mesa teve a presença de com companheiros e companheiras contemporâneos de Olavo Hanssen, que relataram as circunstancias de sua prisão e morte. Um vídeo e um livro sobre a sua vida e trajetória sindical e política foram apresentados no ato, que contou com a presença do Coral do Grupo Cultural Luther King.
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CARTA ABERTA À PRESIDENTA DA REPÚBLICA DILMA ROUSSEFF
4. Clamamos, mais uma vez, para todas as autoridades democraticamente constituídas no País de que os criminosos da ditadura devem pagar perante a Justiça por seus crimes. Não existe anistia aos crimes perpetrados. Não há Justiça sem punição. Cabe ao Poder Executivo dar os meios de que dispõe para tal. O povo tem o direito de ver seus algozes serem julgados e condenados.
5. Estamos alertas e mobilizados. Vamos continuar nossa luta até o fim. Conclamamos a todos para aderir a este chamado.
do ato público no salão de eventos da Vila Maria Zélia.
MESA DO ATO PÚBLICO PELA PUNIÇÃO DOS CRIMES DA DITADURA: JUSTIÇA PARA OLAVO HANSSEN
• Alice Hanssen da Silva, professora, irmã de Olavo Hanssen;
• Adriano Diogo, Deputado Estadual do PT, presidente da Comissão da Verdade de São Paulo Rubens Paiva;
• Henrique Ollitta, Corrente O Trabalho do PT, seção brasileira da 4ª Internacional;
• Sebastião Neto, Projeto Memória – Movimento de Oposição Sindical Metalúrgica de São Paulo (MOMSP);
• Raphael Martinelli, advogado, antigo sindicalista ferroviário e presidente do Forum Permanente de Ex-presos e perseguidos Políticos de São Paul;
• Julio Turra, Executiva Nacional da Central Única dos Trabalhadores – CUT;
• José Freire, Diretoria do Sindicato dos Químicos do ABC;
• Oswaldo Bezerra, diretoria do Sindicato dos Químicos de São Paulo;
• Rogério Sottili, Secretário de Direitos Humanos e Cidadania da Prefeitura de São Paulo;
• Ivan Seixas, Comissão da Verdade de São Paulo Rubens Paiva;
• Juliana Cardoso, presidente do Diretório Municipal do PT de São Paulo, vereadora e presidente da comissão de direitos humanos da Câmara Municipal de São Paulo;
• Paulo Cseh, antigo vice-presidente do Sindicato dos Texteis de São Paulo;
• Ana Lucia DiGiorgi, antiga militante do PORt;
• Dulce Muniz, atriz, ex-militante do PORt, Diretora do Teatro Studio Heleny Guariba;
• Geraldo Siqueira, ex-deputado e fundador do PT, ex-militante do PORt;
• Tullo Vigevani, professor, ex-militante do PORt;
• Franco Farinazzo, funcionário público, ex-militante do PORt;
• Murilo Leal, professor, ex-militante do PORt, autor do livro “Olavo Hanssen, uma vida em desafio”.