No dia 18 de abril o comitê “Defender o Haiti é Defender a nós mesmos” do qual a JR faz parte, realizou uma audiência pública na Assembléia Legislativa em São Paulo com a presença do Senador Haitiano Jean Charles Moise, que participou de outras atividades em Juiz de Fora-MG e Brasília.
A Audiência foi presidida pelo deputado Estadual Adriano Diogo (PT) e teve uma mesa composta por Joelson Souza da Juventude Revolução, Miltão pelo movimento Negro Unificado, Julio Turra pela CUT, Juliana Cardoso – vereadora do PT-SP, Marcelo Buzzeto representando o MST e Barbara Corrales representando o comitê.
Durante a audiência, o senador haitiano Jean Charles Moise respondeu aos questionamentos dos presentes sobre a atual situação de seu país com um breve discurso, no qual destacou alguns pontos cruciais, denunciado a ocupação das tropas da ONU no Haiti, chefiada pelo exército brasileiro.
Entre eles, disse que acha irônico o fato de que quando se fala em milhões de dólares em ouro no solo haitiano, os EUA e o Canadá são os primeiros a demonstrar interesse no país caribenho, mas quando se fala em ocupação e opressão, o Brasil se faz presente de forma imediata, cumprindo o papel do opressor.
Além disso, também pontuou que o atual governo, do presidente Michel Martelly- que, aliás, tem cidadania norte americana- está formando, junto com empresas do imperialismo dos EUA, um novo “empreendimento” para a extração desse ouro, enquanto a MINUSTAH, nós brasileiros, estamos oprimindo as manifestações contra a miséria no país, transmitindo o cólera, estuprando as e os jovens de lá, além de, obviamente, pisar na soberania política daquela nação, a primeira colônia negra a declarar-se independente na história.
Outros oradores tomaram a palavra. Para Julio Turra, da Executiva da CUT “A presidenta Dilma acertou ao reconhecer a vitória de Nicolás Maduro e ao comparecer à posse do novo presidente da Venezuela, contrariando a posição dos Estados Unidos”, disse. “Mas no Haiti o Brasil está jogando o papel de terceirizado dos Estados Unidos”.
Turra também lembrou que há efetivos de países como Bolívia, Equador e Peru atuando na missão da ONU. “O que os governos progressistas da América Latina estão fazendo lá? Devemos lembrar que quando Bolívar (Simón Bolívar, herói das lutas independentistas do continente) enfrentou revezes militares em 1815, foi procurar e recebeu ajuda de quem? Do Haiti…”.
Joelson Souza, pela Juventude Revolução, lembrou que um comandante do Exército brasileiro disse claramente que a atuação das tropas brasileiras no Haiti servem de laboratório para a atuação no Brasil, nas favelas.
Para nós da Juventude Revolução a campanha continua. Apoiaremos a realização da Conferência Continental pela retira das tropas da ONU que acontecerá em 1° de junho no Haiti e seguiremos firmes na luta pelo fim dessa ocupação que pisoteia a soberania do povo irmão haitiano!
Mateus Hernandez, é militante da JR – São Paulo