Aula pública sobre leilão de petróleo e Assistência estudantil na UFBA reforça a unidade da juventude e dos trabalhadores

Mesa da aula pública. Da esquerda pra direita: Deyvid Bacelar (SINPETRO Bahia); Elielson Moreira (Diretor do DCE UFBA); Elen Rebeca (Diretora do DCE UFBA); Ian Andrade (MAB); Clara Lima (Diretora do DCE UFBA).

No dia 15 de outubro, o Diretório Central dos Estudantes da UFBA realizou uma aula pública sobre o leilão de petróleo e Assistência Estudantil. Este debate ocorre na semana de mobilizações contra o leilão do Campo de Libra – o maior campo de petróleo na camada do pré-sal do mundo -, em conjunto com movimentos sociais e o Sindicato dos Petroleiros da Bahia (SINDPETRO).

Leilão do petróleo e assistência estudantil: qual é a relação?

Há duas semanas atrás, os estudantes da UFBA começaram mais um semestre, e se depararam com o Restaurante Universitário com restrição de acesso, liberado apenas para bolsistas alimentação e moradia. Isso significa mais da metade do corpo estudantil sem alimentação. A Reitoria fechou o acesso sem qualquer comunicado ou explicação. Vale lembrar que o último episódio foi o dos vários casos de infecção alimentar, por refrigeração inadequada dos alimentos na cozinha do Restaurante.

Com uma assistência estudantil precarizada, onde a verba destinada é insuficiente para atender às demandas reais (bolsas, moradias e bandejão), os estudantes resolveram debater tal situação, casado com o debate do cancelamento do leilão do Campo de Libra.

O leilão significa um ataque à soberania nacional, pois destina os recursos naturais para serem explorados pelas empresas internacionais que seguem a lei do mercado capitalista. Além disso, é dinheiro público direcionado para setores privados. Essas empresas não comprarão o petróleo brasileiro para investir no Brasil, e sim para manutenção do sistema capitalista, em crise.

Hoje, caso o Campo de Libra estivesse vendido á estas empresas, pela regra da partilha aprovada por Lula em 2010, teríamos direito a 15% dos royalties, onde um terço seria direcionado para a educação e para a saúde. Será que este ínfimo valor cobriria as necessidades de acesso e permanência estudantil nas universidades públicas? Não!

É preciso reforçar a luta pelo cancelamento do leilão!

Na construção unitária da juventude com os trabalhadores do SINDPETRO, chamamos o debate e a mobilização dos estudantes para a greve dos petroleiros que teve início no dia 17, e para o leilão no Rio de Janeiro dia 21 de outubro, numa caravana construída em conjunto com a CUT, além dos atos e atividades a serem realizados até o final da semana de mobilizações.
Além disso, o DCE pautou a construção de uma carta onde apoia a luta dos petroleiros e defende o cancelamento do leilão do petróleo, reafirmando uma das bandeiras históricas do Movimento estudantil e dos trabalhadores, a defesa de uma Petrobrás 100% estatal.

Clara Lima é diretora do DCE UFBA e militante da JR Salvador.

Feijoada pela reabertura imediata do Restaurante Universitário