No Haiti, a resistência contra a presença das tropas cresce. Em fevereiro, o presidente Michel Martelly, fantoche dos EUAs, empossado após uma eleição completamente fraudada, chegou a ser apedrejado pela população.
Pouco antes, Martelly recebeu a visita da presidente Dilma, que foi ao Haiti declarar seu compromisso com a manutenção da ocupação. Dilma declarou que a ocupação é “motivo de orgulho para o Brasil e os brasileiros”.
Pelo contrário, este verdadeiro ataque à soberania do povo negro haitiano, primeiro das Américas a conquistar a independência de sua nação frente ao imperialismo francês, não pode ser admitido pelo povo brasileiro!
É o que explica a carta do “Coletivo de mobilização pela reparação das vitimas do cólera” entregue a Dilma no Haiti. Ela afirma:
“achamos muito importante que os dirigentes brasileiros deixem de enganar o povo brasileiro a respeito do papel da Minustah (tropas da ONU). É importante que o povo brasileiro saiba que a Minustah está no Haiti para proteger os interesses capitalistas, sobretudo das empresas transnacionais. Por isso apelamos a Senhora Presidente a retirar imediatamente e de uma só vez, as tropas brasileiras do Haiti. Senhora presidente é de fundamental importância deixar claro que o Haiti é um país soberano que jamais se ajoelhará frente a uma força invasora”.
Organizar a Jornada Continental em cada núcleo
Neste momento, os núcleos da JR deve se concentrar em preparar a Jornada Continental pela retirada das tropas da ONU, que ocorrerá no dia 1º de junho de 2012. Essa é a ajuda que podemos dar para ajudar o povo haitiano.
Neste sentido, em cada cidade nos engajamos para construir um comitê local da cidade. Como faz o núcleo de Juiz de Fora, que está chamando organizações de juventude e entidades estudantis a se juntar neste comitê, e planeja estender a mobilização para as organizações dos trabalhadores.
Para engajar mais jovens nesta jornada, os núcleos ou comitês devem pensar em atividades de debate e de agitação, como exibição do vídeo “Haiti, estamos cansados”, com debate nas escolas e universidades. Ou colagem de cartazes e pichação.
Defender o povo negro e irmão do Haiti é defender a nós mesmos! Junte-se a nós nessa luta!
Cartazes da campanha
HAITI Estamos cansados – Documentário de Daniel Santos (2010)
Compromisso de São Paulo
“Aba Okipasyon, Aba Minustah” Fora as tropas da ONU do Haiti!
Reunidos em Ato Público na Câmara Municipal de São Paulo, vindos de sete países cujos governos estão envolvidos na ocupação do Haiti e de 12 Estados do Brasil,NÓS FIRMAMOS UM COMPROMISSO de solidariedade militante com a soberania da nação negra do Haiti!Há mais de sete anos no país, as tropas da “Missão da ONU para a estabilização do Haiti” (Minustah) são responsáveis pela violação da soberania do país, com agressões aos direitos humanos, que causam mortes – efeitos “colaterais” de um estado de guerra permanente –, e a repressão a manifestações democráticas, sindicais, estudantis e populares. Os soldados da Minustah introduziram no país o vibrião do cólera, que já matou 6.500 haitianos e contaminou mais de 300 mil. Sobre eles pesam acusações fundadas de violência sexual e estupro de jovens, que, como outros crimes, seguem impunes, dada à sua imunidade legal.No último dia 15 de outubro, o Conselho de Segurança da ONU, insensível às demandas expressas em diferentes países por vários setores, e pelo próprio povo haitiano, renovou por mais um ano o mandato da Minustah (reduzida ao contingente anterior ao terremoto), e ainda “manifestou sua intenção de renovar o mandato da missão para além de 2012”!
O que se passa no Haiti – Kevin Pina (2007)
http://video.google.com/videoplay?docid=-6353604084333423510&hl=en#