Sob a promessa de reabertura do Restaurante Universitário no dia 9 de fevereiro, como previsto no calendário acadêmico, estudantes foram surpreendidos com comunicado da pró-reitoria encarregada dos assuntos estudantis, aonde se anunciava que “considerando a necessidade de manutenções” […] “comunicamos que a reabertura está programada para o dia 9 de março”, quer dizer, 1 mês a mais do prazo que mesmo antes já era absurdo.
Com efeito, estudantes que já voltaram das férias para Florianópolis por conta de estágio, procura por aluguel, emprego e outras necessidades, agora enfrentam o preço salgado da cesta básica mais cara do país. Uma situação insustentável!
Através de seus Centros Acadêmicos os universitários organizaram um ato feito simbolicamente com pão e linguiça, ocorrido no dia 19/02, com o propósito de cobrar explicações e a resolução do problema. A mobilização então arrancou uma audiência com a reitoria, que se realizou em 25/02.
Mesmo no dia anterior da audiência a administração central encaminhou Nota Oficial, por e-mail, dando o tom da conversa, informando “que trabalha para administrar o corte de gastos anunciado no final do mês de janeiro pelo Governo Federal”.
Já na audiência a reitora, Roselane Neckel, jogou na confusão. Alegou que o RU estava sobrecarregado, servindo mais refeições do que tem capacidade e que isso impõe a precarização de seus trabalhadores, o que, em suma, contribuiria no sucateamento das panelas e aparelhos em geral. Certa por linhas tortas: os estudantes não tem culpa!
As claras se reafirma a relação do adiamento da reabertura com os cortes do plano Levy. A única solução contra a precarização dos trabalhadores do RU e mesmo a sua ampliação de capacidade, em consonância com a inegável expansão das universidades federais, passa obrigatoriamente por romper com a política do superavit que tira dinheiro da educação e outras áreas para atender o sistema financeiro.
Prejudicados pela ausência de um direito base na assistência estudantil, os estudantes fizeram falas exigindo uma saída. A reivindicação em consenso era a de abertura do RU do CCA, campi situado em bairro vizinho, até então utilizado apenas por estudantes de cursos que começam as aulas antes. Bem como transporte do campus central até lá.
Pressionada pelo movimento a reitora adotou parcialmente as reivindicações. Assinalou que era preciso “verificar a demanda” através de requerimento geral, a ser protocolado pelos estudantes que precisavam, quando na verdade a proposta exigida era de abertura irrestrita.
Ainda assim, se garantiu acesso e transporte a todos estudantes que fizeram o requerimento. Resultado da resistência do movimento estudantil, uma vitória conquistada apesar da gestão Dias Melhores do DCE, que na política de gabinete levou a entidade pra longe da luta pelo atendimento das reivindicações.
Mais reflexos do corte prometem surgir e é preciso organizar a luta para que Dilma dê fim ao Plano Levy, cumprindo o mandato que lhe foi dado, num verdadeiro movimento de massas contra o retrocesso representado em Aécio, do PSDB. Um bom exemplo é a iniciativa do CA de Letras, que promoverá um debate sobre os cortes, a defesa da Petrobras e a necessidade da Constituinte da reforma política, logo na primeira semana de aula, em meio a mobilização geral para o dia 13.
Leonardo, é militante da JR em Florianopolis – SC