Educação Pública, gratuita e de qualidade não cabe no Brasil do golpe

 

O golpe promove pesado ataque à educação. Além de combater a educação pública com a macabra deforma do ensino médio, aponta seus canhões agora para as instituições federais de ensino superior, pretendendo privatizá-las e varrer delas qualquer responsabilidade do Estado e garantia do direito à educação.

A lógica em que se baseiam os golpistas para botar em prática seu plano perverso e excludente, pode ser  reparada  nas palavras das bocas que pronunciam o golpe. Maria Helena Guimarães Castro, Secretária Executiva do MEC de Mendonça Filho e Temer assim falou em uma audiência com dirigentes do Proifes-Federação: “Não podemos criar situações incompatíveis com o mundo que estamos vivendo, de queda de receita, de mudança no paradigma da economia do país. Nós só aumentamos em folha de pagamento”. Disse mais: “Sinto muito, mas vamos (cobrar mensalidades)”.

Analisando as barbaridades ditas por Maria Helena, percebe-se como concebem a educação e o papel do estado, os usurpadores; são indiscriminadamente tomados pela lógica do capital financeiro. Ela coloca as universidades a um patamar de insustentabilidade financeira, algo que não cabe na análise de faculdades públicas, essas não são empresas, não tem que gerar lucro.

FMP – Faculdade Municipal de Palhoça-SC

Os estudantes da Faculdade Municipal de Palhoça/SC – uma das poucas municipais públicas e 100% gratuitas – sentem mais ainda na pele as consequências dessa política devastadora e que ignora as desigualdades no país. Os sinais preocupantes quanto ao futuro da faculdade se manifestam. Por ser uma faculdade municipal, os ataques pela turma da privatização e dos que não precisam estudar em instituições públicas sempre estiveram presentes. E como a atual prefeitura (Camilo Martins/PSD) é representante da política para os ricos e não foi a idealizadora e implementadora do projeto, o zelo pela faculdade nem é tão grande assim. Situações de demissão de funcionários e ACTs, remanejamento do quadro de professores e suas funções, com acúmulo por estes de tarefas pedagógicas, administrativas e docentes, prejudicando as aulas e os outros serviços. Encerramento da oferta do turno de um curso, não abertura de outro curso planejado para inaugurar no começo deste ano, limitação de projetos de extensão da faculdade e pressão por parte do dono da sede por aumento do aluguel, já absurdo, nesse momento de corte de gastos da prefeitura indicam mares revoltos e perigosos para a permanência da faculdade enquanto pública e gratuita.

Nessa conjuntura tenebrosa, oportunistas de carteirinha, parlamentares representantes da ideologia do golpe na cidade: sugerem impensáveis e inaceitáveis medidas, tais como as de Maria Helena: a cobrança de mensalidades nos cursos de graduação e pós, que significa o fim do acesso ao ensino superior pelas populações mais carentes da cidade.

Nesse contexto, mais do que nunca, é necessária a organização estudantil. Na FMP, nosso DCE está abandonado, e nós estudantes, com o apoio da Juventude Revolução, estamos montando um comitê de base para reerguer nosso instrumento de luta. Não deixaremos que os golpistas destruam nossa faculdade!

Não à cobrança de mensalidades nas universidades públicas!

Fora Golpistas! Fora Temer! Nenhum Direito a Menos!

 

Willian Nazaré, militante da JR de Palhoça-SC

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