Em Alagoas é realizada a 4ª Marcha Contra as Drogas e pelas reivindicações da juventude


Na última quarta (23) foi realizada a 4ª edição da Marcha da Juventude Contra as Drogas em Maceió, manifestação que contou com a presença de cerca de 200 pessoas entre estudantes secundaristas e universitários, sindicalistas, e militantes da luta por moradia. A marcha foi convocada por entidades estudantis, Movimento Via do Trabalho e Juventude Revolução.

A marcha foi preparada com debates em escolas, panfletagens e passagens em salas de aula. Os estudantes organizaram-se e foram à marcha de forma independente, auto-financiando o transporte. Na concentração da Marcha (Praça Deodoro – Centro de Maceió) os jovens participaram de uma oficina de cartazes colocando suas reivindicações nas cartolinas. Durante a concentração e a caminhada até o palácio do governo, representantes da CUT, Movimento Via do Trabalho, Sindicato dos Ferroviários, Sindicato dos Policiais Civis, Sindicato dos Técnicos da UNCISAL, professores e a Juventude Revolução, fizeram falas apoiando a realização da Marcha em defesa dos interesses da juventude.

Essa edição da Marcha Contra as Drogas foi realizada em uma situação de agravamento da violência em Alagoas. Mesmo com o Plano Brasil Mais Seguro e Plano Juventude Viva, onde foram gastos milhões dos cofres públicos, os índices de violência aumentam a cada dia. Mais repressão na rua não significou diminuição da violência, pelo contrário, aumentou ainda mais os casos de violencia policial causado principalmente pelos homens da Força Nacional, que continua espancando jovens pobres de periferia.  Somente esse ano, foram mais de 1600 assassinatos registrados em Alagoas, o estado perdeu as rédias e a violência está descontrolada.

Para a coordenação da Marcha, a solução que amenizaria o genocídio que vitima a juventude das periferias (principalmente a juventude negra), seria investir nos serviços públicos, gerar emprego, melhorar as escolas, contratação de professores, construção de quadras de esportes, centros culturais, espaços de lazer, reforma agrária, moradia digna, saneamento básico etc.

Nem legalização, nem repressão, queremos emprego, educação, saúde, cultura e esporte!

Longe de ser um simbolo de rebeldia, para nós as drogas são instrumentos dos capitalistas para destruir, dopar e lucrar com o extermínio da juventude da classe trabalhadora.  Alienam a juventude para que ela não vá às ruas exigir seu direito a ter um futuro digno. A repressão por parte do estado, é justificada como sendo o último recurso para ‘combater às drogas’, onde na real essa é uma desculpa esfarrapada, escondendo que a juventude foi abandonada pelo estado e é empurrada para crime a às drogas. Essa tal ‘guerra às drogas’ é uma mentira que ajuda a promover o genocídio da juventude nas periferias! Afinal nas favelas não tem plantações ou fábricas de drogas e armas. Existem pessoas da alta sociedade que facilitam a entrada de drogas e armas nas favelas para que o povo pobre mate uns aos outros, isso é visível em todo país.

Por outro lado, não aceitamos a falsa saída da legalização, defendida por setores da burguesia imperialista como Fernando Henrique Cardoso (PSDB) ex presidente do Brasil, Bill clinton, ex presidente dos EUA e defendida também por setores da esquerda como o PSTU e a direção da juventude do PT.

Nós dizemos em alto e bom som: Nem repressão, nem legalização! A juventude não precisa de drogas, ela precisa de educação, emprego, saúde e lazer!

Governo do Estado de Alagoas recebe pauta de reivindicações

A coordenação da Marcha, junto com representantes de 5 escolas protocolaram no Gabinete Civi do Palácio do Governo de Alagoas, uma pauta de reivindicações exigindo:

  1. Mais investimento nas escolas públicas: agilidades nas reformas dos prédios, laboratórios de informática, bibliotecas com mais livros, quadras de esportes, novo mobiliário escolar e merenda de qualidade;

  2. Organização dos jogos estudantis, festivais culturais e artísticos;

  3. Em parceria com as prefeituras e governo federal: construção de quadras de esportes, praças públicas e áreas de lazer em bairros de periferia, construção de centros culturais, bibliotecas, teatros, cinemas para a juventude ter livre acesso à cultura e também desenvolver seu potencial artístico e cultural;

  4. Incentivo a grupos culturais, musicais, esportivos e artísticos existentes;

  5. Criação de empregos com direitos trabalhistas para a juventude;

  6. Tomar iniciativa no sentido de promover a reforma agrária;

  7. Mais investimentos nos hospitais, maternidades e unidades de saúde públicas;

  8. Clínicas públicas especializadas para tratamento dos dependentes químicos;

  9. Moradia digna para todos, transferir famílias que moram em locais de risco (encostas, grotas, morros, beira de lagoas e riachos) para conjuntos residenciais;

  10. Mais investimento em urbanização e saneamento;

  11. Fim da violência contra a juventude e do tráfico de drogas;

Agora a luta e a mobilização prossegue para que o governo tome iniciativa e atenda as reivindicações da juventude alagoana que foi às ruas exigindo um futuro digno.

ZaZo, militante Juventude Revolução Alagoas

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