JR participou de Ato público em defesa da ocupação na vila Maria – SP. Na ocasião, moradores homenagearam o jovem Douglas Rodrigues, assassinado pela PM no ano passado
No ultimo domingo 06/07, a Juventude Revolução esteve presente em um Ato Público organizado pelo Movimento Independente de Moradia de Vila Maria (MIVM) em defesa de uma ocupação na região. A ocupação está há mais de 10 meses num terreno abandonado e pertence “oficialmente” a um grupo Pernambucano, que deve milhões em impostos ao Estado, mas que requisitou na justiça a posse do terreno, exigindo o despejo das mais de 2600 famílias que vivem no local.
Conforme explicou Henrique Ollitta, um dos coordenadores do MIVM e presidente do diretório do PT de Vila Maria, a luta do movimento de moradia conseguiu incluir a área no plano diretor da cidade, um passo importante para evitar que o terreno seja vendido, exceto para construção de moradias populares, mas segue firme exigindo que Haddad assuma sua responsabilidade e declare a área de interesse social ou utilidade pública, antes de qualquer decisão da justiça que possa resultar no despejo das famílias.
Além da JR, estiveram presentes companheiros e companheiras de diversas outras entidades e organizações como a companheira Misa Boito, do diretório Estadual do PT, o companheiro João Gomes da Direção Nacional da CUT, de representantes do PC do B, do sindicato dos servidores públicos municipais, do Sindicato dos médicos do Estado de SP, de outras ocupações da cidade, e do padre da região.
Homenagem a Douglas Rodrigues
Na ocasião, os moradores da ocupação decidiram homenagear o jovem Douglas Rodrigues, assassinado com um tiro no peito pela PM de São Paulo, no ano passado, na Vila Sabrina, um bairro próximo de Vila Maria, na Zona Norte de São Paulo, e cujo assassino segue impune. A ocupação agora passar a se chamar “ocupação Douglas Rodrigues”.
Para receber esta homenagem esteve presente o pai de Douglas, que se solidarizou com a luta dos moradores que exigem que o Prefeito Haddad declare a área de interesse social, para evitar o despejo. Ele também falou sobre a necessidade de desmilitarização da PM e, ao saber que a Polícia tinha recentemente invadido a ocupação e as casas das pessoas numa tentativa brutal de intimidação e expulsão, conclamou os moradores a seguirem firmes na luta, sem se intimidar.
Ato contra a violência Policial em SP
Também tomou a palavra o companheiro Dito, um dos advogados da ocupação, e histórico militantes dos direitos humanos e do movimento de moradia. Dito foi, recentemente, agredido pela PM e preso, acusado de desacato à autoridade, enquanto exercia sua profissão, durante uma invasão da PM numa ocupação do centro da Cidade.
Ele explicou que ele não é o único, nem o primeiro a sofrer agressões da PM cuja truculência e brutalidade vem aumentando a cada dia no Estado de SP, como prova o seu caso e o do Estudante e Funcionário da USP, Fábio Hideki, que continua preso. E convidou todos os presentes a participar de um ato no próximo dia 10/07, às 15:30h na praça da Sé, contra a violência Policial em SP.
Movimento de Moradia na luta pela Constituinte
Durante o ato a coordenação do MIVM distribuiu um panfleto que exigia VOZ AO POVO. Como explicam trechos do panfleto (…) São mais de 20 milhões de brasileiros que ainda não tem direito à casa própria. Milhões vivendo em favelas, cortiços e ocupações (…) Trata-se de um problema da nação, o direito elementar de cada família ter um teto para ter uma vida digna (…) A realidade é que a especulação imobiliária lucra com a falta de moradia para o povo. Construtoras e empreiteiras financiam financiam com bilhões as campanhas eleitorais em todos os níveis. O seu dinheiro é investido em candidatos que representam os intereses do “Mercado imobiliário” contra o direito a moradia. Com as atuais regras do sistema político, os financiadores usam de seus representantes para tentar manipular as leis e decisões dos governos”
A conclusão é o chamado para organizar o plebiscito popular da Constituinte em cada local, comunidade e bairro, de 1 a 7 de setembro.
A Juventude Revolução estará junto nessa luta e em tantas outras lutas, a começar pela exigência de que Haddad declare a área da ocupação de interesse social! Como diz a inscrição no muro (foto acima), sem luta, não há conquista!
Luã Cupolillo, é militante da JR em São Paulo – SP