Dia 18/08, após 15 anos, José Genoíno, ex-presidente do PT e Delúbio Soares, ex-tesoureiro do PT foram inocentados pela 3ª turma do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF 1), em Brasília, dos crimes de falsidade ideológica em Ação Penal referente ao chamado “Mensalão do PT”.
A Ação Penal 470, apelidada de “Mensalão” por Roberto Jefferson, foi o precursor da força-tarefa Lava Jato que, anos depois, veio intensificar uma batalha político-judicial para criminalizar o Partido dos Trabalhadores e levar à prisão de Lula.
Em 2013 escrevíamos:
“O Ministro Joaquim Barbosa, decidiu de forma monocrática e unilateral a prisão de José Genoíno, José Dirceu, Delúbio Soares e outros réus envolvidos na Ação Penal 470, com a cobertura especial da mídia burguesa(…) O pior é que se decretou prisão antes” de se esgotar os recursos da defesa.
“Esse julgamento político e de exceção transformou Genoíno, José Dirceu, Delúbio Soares, Pizzolatto em presos políticos. É um ataque brutal aos direitos democráticos que tem como alvo a criminalização dos movimentos populares.” Sem deixar de defender os direitos políticos dos companheiros, apontávamos que “Querem condenar um partido como o PT, não por suas alianças bizarras com o PMDB, ou por se adequar à lógica do caixa dois, mas para manter intactas essas instituições apodrecidas que funcionam com base no caixa dois e que financiam coligações deploráveis no balcão de negócios que é o Congresso Nacional.”
Justiça pra quem?
De lá pra cá foi se evidenciando o caráter de classe do judiciário e sua forma de atuar politicamente. Condenando sem provas militantes e trabalhadores, jogando na ilegalidade e punindo manifestações e greves dos trabalhadores, os “juízes” permitem gozar em liberdade os seus amigos tucanos e torturadores.
Exigindo a anulação da AP 470 dizíamos:
“Enquanto Genoíno e Delúbio estão presos, os seus torturadores, os assassinos de Honestino Guimarães [líder estudantil no período da ditadura, desaparecido político] e de uma jovem geração de militantes de esquerda que foram duramente reprimidos no regime militar seguem impunes, protegidos pelo mesmo STF que se recusa a revogar a Lei de Anistia.” Hoje, estes criminosos são homenageados pelo presidente da república que fortalece a ala militar, esta que seguiu e segue impune.
Com o companheiro Genoíno inocentado, este que se fez presente em nosso 15º Encontro Nacional, realizado no sindicato dos metalúrgicos do ABC, nossa luta segue ainda mais firme pela anulação dos processos contra Lula, para que seja restabelecido seus direitos políticos que foram assaltados – com apoio destes que hoje choram lagrimas de crocodilo – para eleger o genocida Bolsonaro!
Leonardo Ratão – membro do Conselho Nacional da JRdoPT