Nos dias 4 e 5 de setembro, militantes da Juventude Revolução estiveram presentes em Belo Horizonte para dois encontros. No dia 4, o Encontro nacional e popular pela Constituinte que reuniu mais de 600 pessoas para debater a continuidade da campanha que no ano passado coletou quase 8 milhões de votos num plebiscito popular. No dia 5, o lançamento da Frente Brasil Popular, que reuniu dezenas de organizações políticas, partidos, sindicatos e movimentos para discutir a conjuntura política de criar uma frente dessas organizações que seja capaz de agir em conjunto na atual conjuntura.
O Encontro da Constituinte
Os militantes da JR buscaram intervir no primeiro dia pautando a necessidade da campanha da Constituinte organizar com unhas e dentes a luta contra a reforma de Cunha que tramita no congresso nacional. É fundamental impedir os retrocessos dessa reforma, como por exemplo a oficialização do financiamento empresarial de campanhas, que todos sabem, é o responsável por grande parte da corrupção e coloca os deputados a serviço dos interesses das empresas e não do povo. Sobre isso, inclusive, o plenário da Câmara rejeitou, no dia 09.09, a decisão do Senado que, após a luta da classe trabalhadora com suas organizações, foi levado a proibir o financiamento empresarial de campanhas. Agora, o projeto segue para sanção ou veto da presidenta.
Outra questão pautada pela JR foi a continuidade da luta de modo mais amplo possível, retomando os comitês pelas constituinte do sistema político, ligando a luta pela Constituinte às lutas urgentes que fazem trabalhadores e jovens neste momento para resistir a política de ajuste fiscal que ameaça nossos direitos. Por isso era essencial levar o debate da luta pela constituinte no dia seguinte, na reunião da frente Brasil Popular.
Ao final, a campanha decidiu permanecer organizada para manter a luta contra a reforma de Cunha e realizar, no ano que vem, um conjunto de reuniões e assembleias populares para discutir que constituinte queremos e o que queremos de uma constituinte.
Frente Brasil Popular
No segundo dia os militantes da JR participaram dos grupos de discussão que debateram o projeto de manifesto da FBP, que destacava a luta em defesa da democracia e dos direitos, e seus métodos de organização.
Nos grupos a JR procurou destacar a necessidade da Frente lutar de maneira intransigente contra o ajuste fiscal, exigindo do governo uma mudança nos rumos da política econômica, pois para nós a luta em defesa da democracia é inseparável da luta pelos direitos à educação, saúde, moradia etc. Também discutimos o reforço à luta em defesa da Petrobras e insistimos na necessidade de apontarmos saídas concretas para a reforma política através de uma constituinte. Este último ponto entretanto não foi aceito, porque como a frente decide tudo por consenso, e o PC do B tem posição contrária à constituinte, não foi integrado.
A discussão, porém, terá que ser retomada. Afinal, quem pode acreditar que esse congresso fará qualquer reforma política que beneficie o povo?
Ao final do dia, a Frente foi lançada num ato político e provavelmente será reproduzida nos estados e municípios. Seu sucesso, é claro, dependerá da capacidade de organizar lutas concretas com os trabalhadores e jovens para forçar a mudança da política econômica do governo. Uma mobilização foi convocada para o dia 3 de outubro, data do aniversário da Petrobras, levantando a agenda política da Frente. A JR deve se engajar na construção deste ato, participando das discussões nos estados.
Voltaremos a discutir a questão.
Uma banca da JR ainda arrecadou mais de R$300,00 através da venda de camisas, botons e DVDs, em mais um capítulo da nossa campanha permanente para garantir as finanças independentes da organização.
Luã Cupolillo, militante da JR em São Paulo.