Milhares de manifestantes foram as ruas em 18 de novembro no Haiti, para exigir a saída das tropas da ONU do país, à frente das quais estão as tropas brasileiras.
A ocupação já dura quase 10 anos, e está a serviço do Imperialismo dos EUA. Em nome de uma ajuda de paz, as tropas pisoteam a soberania do povo haitiano e garantem a ação de ONGs milionárias e multinacionais que exploram a mão de obra haitiana, pagando salário de fome.
Desde o inicio da ocupação foram feitas várias denuncias de abusos das tropas. Casos de roubos, estupros e assassinatos são frequentes. As tropas também são responsáveis por dar cobertura à fraudes eleitorais.
Em 2010, após o terremoto que devastou o país, as tropas da ONU foram responsáveis por levar o cólera ao Haiti, que deixou milhares de enfermos e de mortos.
Há anos uma campanha internacional é feita pela retirada das tropas. A Juventude Revolução participa dessa campanha desde antes do envio, por defender firmemente a soberania dos povos.
Uruguai vai retirar as tropas. E o Brasil?*
O presidente Uruguaio,Mujica, anunciou em 15 de novembro a retirada das tropas de seu país do Haiti ainda este ano, pois “as eleições para renovar o Senado teriam que ter sido convocadas e não form”. Mujica já enviou autoridades uruguaias ao Haiti para iniciar os trâmites com a ONU para a retirada das tropas do país.
A Imprensa Uruguaia noticiou que Mujica entrevistou-se com Dilma Roussef em 11 de novembro em Brasília , e também com o presidente da Venezuela, Nicolás Maaduro, durante sua recente visita a Caracas, para discutir o “recuo militar” no Haiti.
No programa de Rádio “fala o Presidente”, Mujica abordou sua entrevista com Dilma: “manifestamos, e nisso concordamos com a senhora presidente que não podíamos nos transformar numa espécie de guarda pretoriana, se o governo do Haiti naõ evolui em dar eleições (…). Se em 10 anos não pudemos resolver essas questões, evidentemente nos parece que o caminho tem que ser outro”. E completou: “o Uruguai segue mantendo sua decisão de ir embora e vai retirar nos próximos dias uma parte de suas forças que não vai repor.” Para essa decisão de Mujica, certamente pesou a entrevista que o presidente uruguaio teve com senador haitiano Jean Charles Moise, realizada em 4 de outubro no quadro da campanha continental pela retirada das tropas da ONU do Haiti.
*Trecho retirado do Jornal O Trabalho n° 740