O relatório da Comissão Nacional da Verdade (CNV), entregue em dezembro à presidenta Dilma (PT), aconselhou o rebatismo de locais que lembram nomes dos torturadores e assassinos da Ditadura Militar. Nada mais justo!
Com isso se ampliou o debate e agora o Ministério Público Federal (MPF) aconselha os entes federativos a adotarem inciativas nesse sentido.
Bons exemplos
Na cidade de Volta Redonda (RJ), por exemplo, desde dezembro, a Ponte General Garrastazu Médici passou a se chamar Ponte d. Waldyr Calheiros, bispo católico que lutou contra a ditadura.
Em Taquari (RS), cidade onde nasceu o ex-presidente Costa e Silva, o prefeito da cidade mandou tirar o busto que homenageava, em praça publica, o ditador. Em Porto Alegre (SC), também houve mudança do nome da Avenida Castelo Branco para Avenida da Legalidade e da Democracia, nome do movimento de resistência liderado por Brizola.
No Ceará, a tentativa de mudar o nome do Mausoléu Castelo Branco para Mausoléu Frei Tito foi colocada de lado pelo governador eleito Camilo Santana (PT). O pai dele foi torturado pela ditadura, mas ele alega ser governador de “todos os cearenses” e que precisa “ouvir todos os lados”.
Na mesma linha segue a ministra Ideli Salvatti, da Secretaria de Direitos Humanos, afirmando que essas iniciativas devem partir dos governos locais.
Certo que as iniciativas podem ser dos governos locais, mas o governo federal tem total responsabilidade de impulsioná-las! Dilma foi eleita pela classe trabalhadora que sofreu na “cadeira do dragão” e na “geladeira” (1)! O seu mandato é para punir os torturadores e assassinos da Ditadura e varrer os entulhos deixados por aquele período!
(1) Cadeira do dragão: espécie de cadeira elétrica, onde os torturados sentavam pelados e recebiam choques. Geladeira: consistia numa cela tão baixa que impedia os presos de ficarem em pé. Os militares alternavam em temperaturas extremamente frias ou quentes. Ficavam submetidos a isso durantes dias sem água nem comida.
Rodrigo Lantyer, militante da JR em Salvador.