Restrição ao seguro-desemprego afeta em particular os jovens*
“Retirar direitos, nem que a vaca tussa!” era um dos lemas de campanha à reeleição da presidente Dilma.
Entretanto, a MP 665 editada por Dilma restringe o acesso ao seguro-desemprego, o que atinge toda classe trabalhadora e particularmente os jovens. A MP estabelece que para acessar o seguro-desemprego pela primeira vez, o trabalhador deve ter a carteira assinada durante 18 dos últimos 24 meses. Antes era necessário ter trabalhado seis meses nos últimos 36 meses.
Segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e desempregados (Caged) entre janeiro e novembro de 2014 dos 10,8 milhões de dispensados sem justa causa no país, 63,8% tinham menos de um ano e meio de serviço.
Analisados por faixa etária, esses dados revelam que para jovens trabalhadores de até 17 anos, 78% dos dispensados tinham menos de um ano de carteira assinada. Entre jovens de 18 a 24 anos o percentual é de 58,1%, e entre jovens de 25 a 29 anos, é de 48%.
A alta rotatividade faz parte da realidade da classe trabalhadora e atinge em particular a juventude que entra, via de regra, no mercado por empregos altamente precários. É o caso dos serviços de telemarketing, onde o trabalho é tão estressante que os próprios jovens não conseguem ficar por muito tempo.
A CUT e demais centrais que se posicionaram contra a MP, chamam um dia de luta em 28 de janeiro. É preciso a unidade da juventude e suas organizações com a CUT e os trabalhadores para defender esse e outros direitos.
Luã Cupolillo, é militante da Juventude Revolução em São Paulo
* Artigo originalmente publicado no Jornal O Trabalho n°760