Mulheres em luta contra casos de estupro na UFRRJ

Em março, no início deste período, aconteceu mais um caso de estupro dentro das dependências da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ); mais uma vez a Reitoria se calou. No entanto, as mulheres da Rural não se calaram e foram à luta.

Cartazes e pichações com palavras de ordem se espalharam por toda universidade. O movimento “Me Avisa Quando Chegar” , criado há uma semana, reuniu cerca de 2 mil alunas em um grupo pelas redes sociais, onde foram idealizados eventos e atos como forma de cobrar a Reitoria pela punição dos culpados e por melhorias, como segurança do campus, para que novos casos de assédio e estupros não voltem a acontecer na Rural. No dia 04/04, as alunas vestidas de preto e com batom vermelho ocuparam o prédio principal da universidade.

Uma assembleia realizada pelas mulheres da UFFRJ no dia 05/04 buscou organizar as reivindicações e encaminhamentos do movimento.  Com toda a repercussão dos casos de estupro na Rural, a Reitoria soltou uma nota, em que admite problemas na segurança, pede desculpas pelos casos e promete melhorias mas sem nenhum detalhe sobre essas melhorias ou prazo de quando elas acontecerão.  A luta não vai parar aqui. As mulheres da Rural continuarão lutando, continuarão se unindo até que não haja mais medo, até que todas estejam protegidas.

Os casos de assédio e abusos sexuais no campus de Seropédica da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro são uma triste realidade vivida diariamente pelas alunas e trabalhadoras da Rural. Diferente do que afirma a Reitoria, não se tratam de casos isolados, não são exceções. Todos os períodos novas histórias sobre casos de estupros circulam pela universidade. A página Abusos Cotidianos – UFRRJ no facebook, já recebeu mais de 600 relatos de abusos na universidade, há relatos de casos ocorridos desde 1970.

O campus de Seropédica é o segundo maior campus do Brasil com cerca de 3 mil hectares, e todo esse espaço acaba se tornando extremante propício e facilitador para os estupradores. Os matos estão altos, falta iluminação, falta também segurança dentro do campus, já que as rondas dos guardas federais não são suficientes.

As militantes da Juventude Revolução em Seropédica também estão nessa luta e continuarão lutando ao lado de todas as mulheres da Rural por segurança e justiça para TODAS.

Debora Suzano, militante da JR de Seropédica/RJ.