Em fórum realizado no dia 02 de setembro foram apresentados os já conhecidos problemas de violência que permeiam a universidade e como funciona seu atual sistema de segurança.
O encontro teve caráter consultivo e não deliberativo, e a mesa foi composta apenas pela Reitora, um representante do departamento de Segurança Física e Patrimonial da UFSC (o mesmo que diz que em vinte anos, um único caso de estupro dentro da universidade foi registrado, e a denúncia ainda foi constatada como falsa. Esses números evidentemente não condizem com a realidade que a universidade vive) e um Coronel da Polícia Militar. Não havendo representantes da comunidade ou do movimento estudantil para legitimar e enriquecer a discussão.
Apesar dos belos discursos, espaços de convivência pouco convidativos e mal utilizados, centro de esportes descuidado e falta de iluminação é o que se vê atualmente.
A solução para a violência não é cercar a universidade, intimidando a população com portões. Pelo contrário, a instituição tem o dever de integrar a comunidade ao seu espaço, e ao invés de inibir, oferecer perspectivas para que essa população possa ingressar na universidade.
Deve ser feita uma investigação de quem pratica essa violência, quais os motivos que levam o indivíduo a essa prática e as condições que sustentam isso, e é aí que se deve agir, na raiz da questão. Não apenas cercando a universidade e ignorando o que acontece ao seu redor, separando-a do contexto em que está inserida.
Entre algumas das propostas os alunos reivindicam transformar o espaço do campus em um Parque Universitário com espaço para shows, prática de esportes e mais programas de extensão para que toda comunidade usufrua desse espaço, retirando o cercamento e substituindo por mais moradias estudantis ao redor do campus. Os alunos também cobram a fundação de um Instituto de Pesquisa em Segurança Pública e resposta ao abaixo-assinado referente à iluminação organizado pelo coletivo feminista. Os estudantes ainda se manifestaram em favor de investimentos em pesquisas menos alienadas nos cursos, que se voltem para as deficiências internas da própria universidade, como os problemas em abastecimento elétrico, por exemplo.
Não queremos uma polícia repressora e treinada para deslegitimar o movimento estudantil dentro do campus. Medidas levianas não solucionam problemas profundos!
Lúcia Dal Corso, é militante da JR em Florianópolis – SC